Descrição de chapéu Obituário Umberto Passarelli Filho (1942 - 2021)

Mortes: Com a bisneta, voltou à infância e viveu o amor intenso

Umberto Passarelli Filho era procurado por outros advogados, que buscavam suas orientações

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

De forma precoce, a vida ensinou a Umberto Passarelli Filho lições de responsabilidade e valorização do trabalho.

Natural de Redenção da Serra (a 174 km de SP), aos 12 anos ele vendia velas nas ruas para juntar dinheiro e satisfazer os desejos de criança: ir ao cinema e comprar guaraná e as histórias em quadrinhos de Roy Rogers, além de passear de bicicleta por 30 minutos.

Ainda garoto, Umberto se mudou para Taubaté (a 140 km de SP). Aos 15 anos, já tinha emprego no comércio.

Dentro e fora da carreira que escolheu, o direito, a honestidade foi a marca da trajetória de Umberto.

Sabia tanto sobre a área que foi professor do curso mantido pela Universidade de Taubaté.

Apesar de trabalhar como advogado na prefeitura da cidade e no próprio escritório, nunca enriqueceu. “Quero ajudar as pessoas de mão quente”, dizia.

Umberto Passarelli Filho (1942-2021) ao lado da esposa Nadir Ribeiro Passarelli
Umberto Passarelli Filho (1942-2021) ao lado da esposa Nadir Ribeiro Passarelli - Arquivo pessoal

A pandemia de Covid-19 o obrigou a trabalhar de casa. Nos últimos dias, o telefone do pequeno escritório tocou muito. Ele era procurado por clientes e outros advogados, que buscavam suas orientações.

Segundo o jornalista Fernando Passarelli, 46, seu filho, Umberto amava a Bíblia. “Criado em lar católico, meu pai se converteu ao protestantismo e era um dos professores da Igreja Presbiteriana de Taubaté.”

Nadir, a eterna namorada desde o colegial, também fez parte da sua história na fé. Do namoro ao casamento foram 60 anos de união.

A bisneta Diana, 6, foi um capítulo especial. A diferença de idade era compensada pelas doses altas de amor e companheirismo. “Com o vovô Beto ela caçou dinossauros, fez fantasias, correu pela casa, jogou e brincou”, diz o filho.

Dias atrás, na hora do almoço, ela, do nada, disse: “Vovô Umberto, te amo assim”. E abriu os braços no maior tamanho. Ele, pego de surpresa, respondeu: “Agora posso morrer feliz...”

Umberto se sentia feliz com as coisas da vida, mas continuava curioso e queria saber como era o céu.

Ele morreu dia 10 de junho, aos 79 anos, após sofrer um infarto. Deixa os filhos Cláudia e Fernando, as netas Giovana e Leandra, e a bisneta Diana.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.