Mesmo com muitos encantos e pretendentes, Enohed escolheu ser solteira e desde cedo dedicou-se à família.
Terceira de cinco filhas de um casal de imigrantes libaneses, a jovem nasceu em Piramboia, distrito de Anhembi (a 225 km de SP).
Na juventude, sua vida dividiu-se entre o trabalho ao lado do pai na venda de secos e molhados, os estudos e os amigos.
As lembranças que gostava de recordar durante a vida a levavam de volta ao trem no qual viajava diariamente para estudar em Vitoriana, distrito de Botucatu (a 238 km de SP), em companhia dos amigos.
Quando adolescente, a família mudou para Botucatu. Como não se casou, Enohed cuidou de todos. Permaneceu ao lado da sua mãe, Sada, que morreu aos 104 anos.
Multitalentosa, ela guardava várias especialidades. A expertise ia do preparo do quibe —prato da culinária árabe— ao capricho nas peças de tricô. “Até hoje, todo mundo tem pelo menos três blusas feitas pela tia. Ela depositava amor em cada ponto na agulha”, afirma Sarah.
Após a morte da mãe, Enohed fixou residência em Jundiaí (a 58 km de SP).
Entre os cuidados e os talentos, era ótima conselheira amorosa, entregava-se às orações e aos romances das novelas mexicanas. Não perdia um capítulo.
Aos 84 anos, foi à praia pela primeira vez e encantou-se com a Mata Atlântica no caminho para o Guarujá (a 86 km de SP).
Alto astral e simpática, Enohed espalhou alegria ao lembrar os causos da sua vida.
Ela morreu dia 10 de junho, aos 86 anos, de insuficiência pulmonar. Deixa três irmãs e sobrinhos.
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