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Descrição de chapéu Obituário Maria Augusta Clementino Bueno (1919 - 2021)

Mortes: Centenária, era defensora da família e fã de caipirinha

Para a família, o aniversário de Maria Augusta era um dos eventos mais importantes do ano

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São Paulo

Apesar de analfabeta, era comum ver Maria Augusta com um caderno de anotações nas mãos. Filha do casal de lavradores Virgílio Clementino e Josefina Maria de Jesus, ela trabalhou na roça até fazer 70 anos.

Maria Augusta gostava de fazer contas e aprendeu a lidar com os números—inclusive, a dividir seu amor e carinho em partes iguais para os 8 filhos, 28 netos, 45 bisnetos e 4 trinetos.

Natural de Bariri (a 322 km de SP), ele se casou aos 18 anos com João Bueno. Quem a conhecia diz que ela era amorosa, mas de muita personalidade. Se necessário, saía em defesa da família, que tinha um grande significado em sua vida. “Família é a base de tudo”, costumava dizer.

O seu aniversário estava entre os eventos mais importantes do ano. Todo mundo largava os compromissos para, em novembro, festejar mais um ano de vida da matriarca.

Maria Augusta Clementino Bueno (1919-2021) - Arquivo pessoal


​“Todo ano ela dizia que não chegaria no próximo aniversário e no seguinte lá estava novamente”, conta a jornalista Marcela Aparecida de Marcos, 30, sua bisneta. Maria Augusta tinha uma saúde de ferro —mesmo nas poucas vezes em que ficava doente, logo se recuperava.

Na adolescência, Marcela passava as férias perto da bisavó, já em Boraceia (a 316 km de SP), onde morou até o fim da vida.

As lembranças da bisavó noveleira são muito vivas para Marcela. Ao lado dela, Maria Augusta não perdia um capítulo de “Malhação” (Globo).

Maria Augusta gostava de bordar para presentear cada pessoa que iria casar ou dar à luz, cuidava dos pássaros, dos cães e de Lara, a arara moradora de uma árvore em seu quintal —ela era muito apegada ao animal.

Extremamente católica, era devota de Nossa Senhora Aparecida. Quando a imagem da santa passava por sua rua, Maria Augusta sempre fazia questão de recebê-la em casa.

Vaidosa e sempre com as unhas feitas, além dos bordados, adorava fazer tapete, costurar e pintar desenhos em revistas de colorir. Tinha ainda fama de fazer doce de pão como ninguém.

Sob aprovação médica, Maria Augusta ostentava um prazer: diariamente, tomava um pouco de caipirinha com adoçante, por ser diabética.

Maria Augusta morreu dia 3 de setembro, aos 101 anos. Uma infecção urinária deixou seu estado de saúde delicado. Ela estava viúva desde 1991.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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