Siga a folha

Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Maioria dos mortos em Petrópolis é mulher; IML identifica 33 vítimas

Sepultamentos começam a ocorrer após deslizamentos causados por chuva na cidade

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Rio de Janeiro

Quase dois dias após o temporal que devastou Petrópolis, as vítimas das enchentes e deslizamentos começam a ser identificada

Segundo as autoridades, choveu em apenas seis horas (260 mm) o equivalente aos últimos 30 dias (272 mm). A Defesa Civil enviou à população de Petrópolis mensagens dizendo que ainda há previsão de chuva forte na tarde e na noite desta quinta (17). O órgão orienta que a população fique atenta aos informes e que, em caso de emergência, ligue para o número 199.

A Polícia Civil diz que há 101 corpos no IML (Instituto Médico Legal) de Petrópolis, sendo que 33 foram identificados até o momento.

Moradores, Bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalham na busca por sobreviventes no Morro da Oficina, em Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/ Folhapress

No total de pessoas mortas, 65 são mulheres, 36, homens, e 13, menores de idade. Alguns corpos estão sendo armazenados em um caminhão frigorífico instalado no PRPTC (Posto Regional de Polícia Técnica Científica), no bairro Corrêas.

Os corpos de pelo menos 11 pessoas foram liberados para sepultamento. São eles os de Evelyn Luiza Netto da Silva, 11, Pablo Nunes Carvalho, Fábio Aniceto da Costa, Yasmin Eliseu Alves, Zilmar Batista Ramos, João Carlos de Melo Montes, Maria Clara Martins de Castro Souza, Heloise Listenberg Rodrigues, 2, Gustavo Listenberg Rodrigues, 5, Debora Listenberg Moreira, 22, e Eva Afonso da Silva.Nem todos tiveram a idade divulgada.

Em nota, a Prefeitura de Petrópolis diz que abriu covas rasas para enterrar os mortos e que reforçou o número de profissionais para a exumação e o sepultamento dos corpos. Em respeito à programação das famílias, não haverá enterro coletivo.

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros também atua na cidade para atender quem buscam informações sobre desaparecidos. A Polícia Civil diz que há pelo menos 134 registros de desaparecimentos em razão das chuvas.

Na noite de quarta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro cadastrou 35 pessoas desaparecidas no Plid/MPRJ (Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos). O órgão diz ainda que informações sobre desaparecidos são recebidas pelo telefone (21) 2262-1049 ou pelo e-mail atendimento.plid@mprj.mp.br.

Lista de desaparecidos identificados após a tragédia em Petrópolis (RJ), segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro - Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro/Divulgação

Até o fim da manhã desta quinta (17), a Defesa Civil contabilizou 399 ocorrências em Petrópolis, das 323 por deslizamentos. ​Além disso, 705 pessoas precisaram ser encaminhadas para os 33 pontos de apoio montados em escolas da rede pública. As aulas estão suspensas para que as famílias possam ser atendidas por profissionais das secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação.

Na madrugada desta quinta-feira, agentes da Defesa Civil em conjunto com o Corpo de Bombeiros retiraram dois corpos no Caxambu. Eles regataram também outras seis vítimas, que foram retiradas dos escombros na rua Santa Teresa.

O governo do estado informou na quarta-feira (16) que 24 pessoas foram salvas com vida e que um hospital de campanha com dez leitos foi montado para oferecer os primeiros atendimentos.

Petrópolis tem 234 locais considerados de risco alto ou muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações, o que equivale a 18% do território e a aproximadamente 12 mil moradias, segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) de 2018.

As regiões do primeiro distrito foram as mais afetadas, sendo as ocorrências mais graves registradas nos locais Morro da Oficina, 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, rua Uruguai, rua Washington Luiz, Coronel Veiga, Vila Militar, Vila Felipe, avenida Portugal e rua Honorato Pereira.

Moradora da Vila Felipe, Elenir de Souza diz que o bairro foi destruído pela força das águas. "Foi uma luta muito grande para eu construir minha casa e perder tudo assim tão de repente, é muito doloroso. É uma tragédia. O meu bairro acabou", diz ela, que conseguiu sair de casa apenas com roupa do corpo. "Só saí com documento de casa e mais nada. Nós chegamos ao abrigo completamente enlameadas."

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas