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Descrição de chapéu transporte público

Com medo, moradores deixam prédio ao lado de obra de metrô em São Paulo

38 famílias saíram de apartamentos após o surgimento de cratera na marginal Tietê

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São Paulo

O surgimento de uma cratera na marginal Tietê, ao lado de obras da linha-6 laranja do metrô, em São Paulo, levou pelo menos 38 famílias a saírem dos apartamentos de um prédio próximo ao local. Elas temem que o acidente no canteiro, ocorrido na manhã desta terça-feira (1º), possa representar algum risco para o imóvel.


O prédio em que as famílias moram fica na avenida Santa Marina, que dá acesso à pista da marginal onde houve o acidente.

A gerente do empreendimento, Alcilene Maria da Silva, afirmou que os mais de mil moradores, divididos em 348 apartamentos, temem que a inundação das obras tenha ocorrido devido ao rio Tietê, que flui a poucos metros das três torres do condomínio.

A Sabesp diz que o rompimento de uma galeria de esgoto foi a causa do acidente.

Moradores de prédio ao lado do metrô deixam casa por medo de desabamento - Gerson Areias/Arquivo Pessoal

"Mesmo com o governo (do estado) falando que o vazamento é por causa de uma adutora, alguns moradores não estão acreditando e preferindo sair", disse a gerente.

Ela e o síndico Júlio Herold estavam em reunião no condomínio, por volta das 9h, quando sentiram um forte odor de esgoto. Ambos não residem no local.

"A princípio, pensamos que fosse problema no condomínio e cogitamos solicitar apoio de uma desentupidora. Mas, depois que vimos na imprensa que era problema na obra (do metrô), a história mudou."

O medo de todos, inicialmente, era o de que o rio Tietê tivesse provocado o alagamento. Porém, o governo estadual, responsável pela obra com a empresa espanhola Acciona, descartou essa possibilidade.

"Mesmo assim teve gente que saiu do condomínio carregando travesseiro, com medo de que algo ruísse no prédio", afirmou o fotógrafo Gerson Areias, 40 anos, que mora há três anos no condomínio. "Eu tinha ido levar minha filha para a escola. Senti um cheiro forte de esgoto e percebi que o trânsito estava diferente, com maior volume. Aí, minha esposa mandou um áudio falando do acidente na obra."

Assim como outros moradores, Areias ficou com medo de que o acidente pudesse afetar o prédio. "Mas depois falaram que foi a adutora que provocou o vazamento, aí ficamos menos tensos."

A advogada Lucília Freire, 45 anos, também sentiu um forte odor de esgoto quando saiu para trabalhar. Ela só descobriu a origem do cheiro ruim quando chegou ao trabalho, na Casa Verde, também na zona norte.

"Vi na televisão que havia tido o acidente e resolvi voltar para casa, pois minha mãe mora no mesmo condomínio e prefiro ficar por aqui para acompanhar os desdobramentos do caso", disse.

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli, apontou o rompimento de uma galeria de esgoto como o motivo do alagamento. "A obra vinha normalmente. Estamos na embocadura da toneladora para esse poço. Seria rompido amanhã, quando teríamos o tatuzão passando pelo túnel. Daí, houve o rompimento da galeria de esgoto que passa no sentido transversal", afirmou, em entrevista na manhã desta terça.

As obras da linha 6-laranja, inicialmente prometida para 2013, começaram em 2015, com previsão de entrega em 2020. Porém, a construção foi parada em 2016, sendo retomada em outubro do ano retrasado.

Na ocasião, a nova previsão para a entrega das 15 estações de metrô, obra realizada em uma PPP (Parceria Público-Privada) entre o governo estadual e a empresa espanhola Acciona, seria 2025. Ela está orçada em R$ 15 bilhões, sendo metade custeada por cada parte.

Sobre interferência no prazo de entrega das obras, Galli afirmou aguardar mais informações sobre o acidente.

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