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Descrição de chapéu Obituário Maria Haydée Scorsafava (1929 - 2022)

Mortes: Viajou o mundo e fez grandes amizades

Maria Haydée Scorsafava foi ao Japão, aos EUA, viajou pelo Brasil e fez da Itália sua base na Europa

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São Paulo

Maria Haydée viveu a vida como quis: viajando. Foi durante as viagens, inclusive, que conheceu o companheiro com quem dividiu anos da sua vida. Casaram-se no Uruguai, viveram juntos, mas seguiram caminhos distintos em comum acordo.

Haydée não teve filhos. Suas irmãs e sobrinhos-netos eram sua família. Ela teve 14 irmãos e irmãs, dos quais quatro não chegaram à vida adulta.

Bem-humorada e gentil, no fim da vida dividiu o lar apenas com as histórias das viagens passadas e com os vizinhos, que vez ou outra apareciam para tomar um vinho após o almoço. Diariamente levava café e bolo aos porteiros do prédio em que viveu seus últimos dias, no Paraíso, na zona sul de São Paulo.

Maria Haydée Scorsafava (1929 - 2022) - Arquivo pessoal

A paixão de Haydée, como é conhecida, era viajar. Foi ao Japão, aos EUA, viajou pelo Brasil e fez da Itália sua base na Europa, de onde ia para outros países. Anualmente, visitava a Argentina pelo menos uma vez —a meta era ir duas vezes por ano para o país vizinho, onde mantinha contato com um grupo de freiras de uma ordem que conheceu na Itália.

As viagens pelo Brasil e pelo mundo Haydée pagava com o dinheiro que ganhava vendendo produtos que trazia de fora do país. Os mais frequentes eram casacos caros e prataria. "Ela gostava mesmo era de viajar. Acho que ela só ia comprar essas coisas e revendia para poder pagar pelas viagens, era uma desculpa para continuar viajando", diz Juliana Viotti, a sobrinha-neta.

A fé era muito presente na vida de Haydée. Sua casa tinha diversas imagens de santos, não é para menos, era devota de São José e foi ela quem ajudou o grupo de freiras a encontrar o lugar perfeito para a construção do convento Instituto das Filhas de São José, na Vila Cordeiro, zona sul de São Paulo.

As freiras argentinas vieram para São Paulo em 1967 para construir o convento. Elas se hospedaram na casa de Haydée. "Ela as ajudou a encontrar o primeiro lugar onde moraram por quase oito anos até que encontrassem o terreno onde foi construído o convento", diz a freira Nadir Batista de Souza, que ingressou na ordem aos 14 anos.

Souza conta que Haydée foi uma das maiores benfeitoras do Filhas de São José e que se tornou uma amiga. "Foram 54 anos de amizade. Ela nos visitava aqui [em Buenos Aires], mandava presentes, nos ligava. Ela era sempre muito atenciosa com todo mundo."

Maria Haydée morreu no dia 14 de março, aos 92 anos, em razão de causas naturais.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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