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Descrição de chapéu Obituário Gaby Christiane Friess Kirsch (1939 - 2022)

Mortes: Tradutora francesa adotou o Brasil como sua casa

Gaby Kirsch era apaixonada pelo Nordeste e não dispensava a oportunidade para dançar forró

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São Paulo

A tradutora e professora Gaby Kirsch era leitora assídua da versão impressa da Folha desde 1985, ano em que chegou ao Brasil. Ela atribuía ao jornal, em especial às colunas de José Simão, o fato de ter aprendido a falar português, uma das línguas em que era fluente, além de francês, alemão, italiano, inglês e espanhol.

Gaby nasceu na França. Durante 20 anos, morou na Alemanha, onde fez a graduação e o mestrado, além de ministrar aulas para o ensino médio.

Gaby Christiane Friess Kirsch (1939-2022) e os amigos Felipe (à dir.) e Thomaz - Arquivo pessoal

Casou-se na Alemanha e, após quatro anos, perdeu o marido num acidente automobilístico numa nevasca.

Após cinco anos de luto, começou a namorar um aluno, que foi o segundo amor de sua vida. Ao término do relacionamento e já aposentada, decidiu viajar. Ficou um ano no México e depois veio ao Brasil, onde conheceu o terceiro grande amor.

Em 1999, a professora concluiu o doutorado em letras pela USP. Sua tese foi baseada na obra de Osman Lins.

Gaby traduziu para o francês os romances "Caldeirão" e "Lampião e os Meninos", do cearense Cláudio Aguiar.

O professor e pesquisador Felipe Benjamin Francisco, 34, foi amigo de Gaby durante 15 anos. "Eu a conheci em 2007. Havia acabado de entrar na graduação de letras/árabe na USP. Na época, ela era ouvinte nas matérias do curso de bacharelado. Fazia amizade com muita gente nova e frequentava as festas universitárias. Era muito animada", diz ele.

No Brasil, deu aulas particulares de alemão, inglês e francês. Em paralelo, trabalhava como tradutora literária e de trabalhos acadêmicos. No início dos anos 2000, foi professora visitante na Universidade Federal do Paraná durante três anos.

"Ela era uma inspiração. Uma pessoa que teve uma vida vibrante, cheia de histórias e causos, todos interessantes. Amava o Brasil. Ela dizia que tinha três nacionalidades: francesa, alemã e brasileira, do país onde tinha escolhido morar", afirma o consultor em relações governamentais Thomaz D’Addio, 33, também amigo dela.

Gaby era apaixonada pelo Nordeste brasileiro e não dispensava a oportunidade para dançar forró. Também ia com frequência a eventos culturais no centro paulistano.

A professora morava em Higienópolis, na região central. Dizia, em tom de brincadeira, que viveria até os 120 anos.

"No apartamento dela você podia chegar a qualquer hora que ela te recebia com uma garrafa de uísque e festa", lembra Thomaz.

Gaby morreu no dia 16 de agosto, aos 83 anos. Em 11 de julho havia comemorado 37 anos no Brasil. Viúva e sem filhos, ela deixa os amigos e admiradores.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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