Descrição de chapéu Obituário José Luiz Nammur (1946 - 2022)

Mortes: Criador de jingles famosos, adorava a combinação de amigos e violão

Zelão criou jingles para marcas e produtos conhecidos, como Gelol, Kolynos, Café do Ponto e outros

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Slogans imortalizados no mercado publicitário, como "Tropeçou, caiu, machucou? Passa Gelol que passa" nasceram da criatividade de José Luiz Nammur.

Paulistano de Pinheiros (zona oeste), ele aprendeu sozinho a tocar violão ainda criança, apenas observando as aulas dadas para seu pai e sua irmã, Lúcia. Foi ela, inclusive, que deu a ele o apelido de Zelão, que usaria por toda a vida.

Contra a vontade do pai, ele logo passou a ter aulas. Foi apresentado à bossa nova pelo compositor Luiz Roberto Oliveira.

José Luiz Nammur (1946-2022)
José Luiz Nammur (1946-2022) - Arquivo pessoal

Zelão foi aprovado na faculdade de direito na USP, mas desistiu para se dedicar à música. Também trabalhou em outras áreas, inclusive como vendedor e em uma fábrica de móveis.

Na época de ensino médio, trabalhou como "faz tudo" em um jornal de bairro, no qual tinha duas colunas —de discos e de cinema— e vendia anúncios.

Mas sua paixão era mesmo a música. Tornou-se violonista profissional e conviveu com nomes como Toquinho, Geraldo Vandré, Chico Buarque e Maria Bethânia. Aos 16 anos, compôs com o cantor Roberto Morel (1926-1991) a música "Pingo d’Água", a primeira de uma longa parceria.

Em 1967, o violonista conheceu o mundo dos jingles —fez canções para marcas como Galinha Azul (Maggi), Gelol, Kolynos, Café do Ponto e Coca-Cola. Foram mais de 6.000 ao longo da carreira, segundo a empresária Valéria Lima de Azevedo Nammur, 63, sua segunda mulher.

No final da década de 1960, assumiu o comando do setor de rádio e TV da agência de publicidade McCann Erickson.

No currículo também constam passagens em produções musicais para teatro e televisão. A convite de João Araújo, pai de Cazuza, produziu duas músicas para a novela Bandeira 2 (Globo, 1971). Zelão fez parte da produtora Sonima e depois abriu o próprio negócio, o New Zelão Estúdio, que também alcançou destaque na publicidade.

O violão continuou sendo um parceiro. Até antes da pandemia, segundo Valéria, o marido fez alguns shows em bares. Nos últimos tempos, Zelão estava como responsável pelo marketing e pela criação de peças e anúncios na Logweb, empresa da mulher.

A combinação de amigos, violão e cerveja era a preferida.

Zelão morreu dia 19 de agosto, aos 75 anos, em decorrência de insuficiência cardíaca e respiratória. Deixa a mulher, quatro filhos e quatro netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.