Pesquisador do Datafolha foi correto ao recusar pedido de entrevistado, ao contrário do que afirma vídeo
Conteúdo viral circulou originalmente em 2018; procedimento do instituto é não fazer levantamento com quem se oferece
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Vídeo de 2018 com conteúdo falso, de um homem que diz ter sido impedido de responder pesquisa do Datafolha por ser eleitor do presidente Jair Bolsonaro (PL), voltou a circular. Na gravação, um jovem se oferece para ser entrevistado, mas é procedimento padrão do instituto não fazer o levantamento com essas pessoas.
"Temos o critério de escolher aleatoriamente o entrevistado, dentro das faixas determinadas de sexo e idade que estabelecemos", afirma Luciana Chong, diretora do Datafolha. Caso esse procedimento não seja seguido, o resultado da pesquisa pode ser enviesado. "Se as pessoas descobrem que há um pesquisador realizando um levantamento em determinado local, elas podem se deslocar para responder aos questionamentos em favor de algum candidato, o que interfere no final."
A escolha dos locais em que a pesquisa é coletada é realizada por sorteio, de acordo com critérios estatísticos para a definição da amostra. Primeiramente, ocorre a seleção da cidade e, depois, dos bairros. Uma vez no local definido, o pesquisador é orientado a abordar qualquer pessoa que se encaixe na amostragem.
O conteúdo de desinformação segue linha do atual mandatário, que já fez críticas ao Datafolha. "Eu quero fazer pesquisa e não posso porque sou eleitor do Bolsonaro! Aí vem me dizer que o Bolsonaro tá caindo e que o PT está subindo", afirma o autor da gravação.
O vídeo foi gravado em Niterói, no Rio de Janeiro, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial de 2018, que era disputada entre Bolsonaro (à época no PSL) e Fernando Haddad (PT). Ele voltou a circular também em maio de 2021, depois de o Datafolha ter divulgado seu primeiro levantamento referente às eleições de 2022, com Lula (PT) em primeiro lugar.
Agora, ele foi compartilhado novamente apenas alguns dias após pesquisa indicar que o petista está 18 pontos percentuais à frente de Bolsonaro nas intenções de voto para presidente no 1º turno.
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