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Descrição de chapéu Obituário Albino José de Souza (1932 - 2022)

Mortes: Generoso, dedicou a vida e o trabalho à família

Albino José de Souza foi comerciante e pescador em Paraty

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São Paulo

Diz a história que Roberto Marinho passeava de lancha na costa verde, área litorânea entre Rio e São Paulo, quando uma tormenta fez a embarcação perder o rumo. Um pescador caiçara que navegava por ali conseguiu tomar o leme e levar o barco do fundador da Globo à Marina da Glória, na capital fluminense.

Essa era uma das histórias que Albino José de Souza contava à família, episódio que rendeu um segundo encontro, quando seu barco, quebrado, levou-o de volta à Glória.

Para espanto dos funcionários, quando soube do apuro do seu amigo salvador, "doutor Roberto não só deixou ancorar como veio à marina, mandou chamar mecânico e foram a um restaurante, beberam até cerveja juntos", diz Vera Lúcia Pádua, 59, sua filha.

Albino José de Souza (1932-2022) - Arquivo pessoal

Disposição para ajudar o próximo e devoção à família marcaram a vida de Albino, natural da praia do Sono, em Paraty. Ele passou 35 anos de sua vida no mar, até enjoar da pesca e trabalhar como comerciante, que dizia ser sua verdadeira vocação.

Já havia trabalhado na roça e sido mascate, vendedor de passarinho e, depois da pesca, conseguiu um ponto na feirinha de Paraty.

Apesar de nunca haver estudado, era muito inteligente e habilidoso. Aprendeu com japoneses a técnica da pesca de cerco, que usa uma rede de arrasto suspensa por boias e fez sociedade com um dos irmãos, com quem chegou a ter cinco barcos.

Sempre contribuiu com quem não pudesse comprar os peixes no povoado do Sono. A vida era dura, mas nunca faltou comida em casa para a família de 12 filhos —nove dele e três do primeiro casamento da mulher Balbina Maria, já falecida.

O primeiro marido dela morreu ao cair em uma caldeira da extinta fábrica de sardinhas da Ilha Grande, também na região da costa verde.

Os dois então foram morar juntos, antes de se casarem, o que só fariam anos depois, já com filhos, em 1980.

Mesmo com a mudança para Paraty a partir de 1968, Albino ajudou parentes e amigos na luta contra a grilagem e o assédio pela compra de casas no Sono, nos anos 1970.

Após a ajuda, no entanto, ouviu que, por ter deixado o local, não poderia reivindicar um dos terrenos da roça. Não quis mais saber de voltar e tocou a vida.

Albino José de Souza morreu em 1º de outubro, aos 90 anos, por insuficiência respiratória. Deixa 11 filhos e muitos netos, bisnetos e alguns tataranetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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Erramos: o texto foi alterado

O sobrenome correto de Albino José é de Souza, não dos Santos, como publicado incorretamente em versão anterior deste texto.

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