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Descrição de chapéu Obituário Benalva da Silva Vitório (1946 - 2022)

Mortes: Dedicada à vida acadêmica, ensinava por amor

Formada em jornalismo, Benalva também era conhecida pela paixão pelos estudos

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São Paulo

Benalva da Silva Vitório era chamada de Bena por todos os amigos e até pelos netos. Nascida em Cubatão e criada na Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi a primogênita dos seis filhos que seus pais tiveram e ajudou na criação dos irmãos. Na escola, foi uma aluna nota 10 e vendia cocada no intervalo para ajudar em casa.

Após concluir a graduação em jornalismo na Unisantos, aos 25 anos, ela conseguiu uma bolsa de estudos em Portugal e lá foi estudar. Na Europa, também teve a oportunidade de viajar e trabalhar.

A professora Benalva da Silva Vitório ao lado do seu único filho, Enio - Arquivo Pessoal

Depois de um tempo na Europa, foi estudar em Moçambique, na África. Foi então que ela conheceu quem viria a ser o pai de seu único filho, Enio Castro. De lá, a família seguiu para a Europa.

Foi depois da ditadura e início da redemocratização no Brasil que Bena voltou ao país natal e passou a viver em São Vicente, também no litoral paulista. "Lembro da minha mãe comemorando o fim da ditadura e as Diretas Já", conta o filho.

Viajar e conhecer novos lugares era uma de suas paixões. Não à toa, foi ela quem escolheu e reservou as hospedagens quando o filho Enio fez um mochilão com amigos na juventude.

Logo após o retorno ao Brasil, Bena se separou do marido. E depois de anos longe do mercado de trabalho, conseguiu um emprego na Secretaria de Educação de São Vicente e, em 1991, começou a dar aulas na Unisantos, onde lecionou em diferentes cursos.

Apaixonada por estudar e ensinar, tinha no currículo duas pós-graduações, uma delas pelo Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de Coimbra e outra pelo Centro de Estudos de Migrações e das Relações Interculturais da Universidade de Lisboa.

As pesquisas de Bena se destacavam em diferentes campos, como discurso da mídia, imigração e mídia, jornalismo comunitário, comunicação e cidadania e comunicação e educação.

Dedicada à vida acadêmica, aprendia e ensinava por amor. "Os colegas disseram que ela engajava pela vontade", relata o filho, que lembra que a mãe tratava todos os alunos, fosse calouro ou formando, da mesma forma, com dedicação.

"Ela amava o trabalho. Nunca quis ir para o setor corporativo, sempre preferiu o lado acadêmico", conta Enio.

Bena amava ler. Também fazia questão de usar transporte público e se recusava a comprar um carro —costumava diz que andar de ônibus era a melhor coisa do mundo, que podia ouvir o que as pessoas pensam.

Fumante, foi diagnosticada com um câncer no pulmão há dois anos e morreu no último dia 5 de dezembro, em decorrência de complicações da doença. Além do filho, Bena deixa dois netos e muitos alunos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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