Descrição de chapéu Obituário Flávio Roberto Huck (1946 - 2022)

Mortes: Apaixonado pela medicina, era empático e cuidadoso

Uma das qualidades do neurologista Flávio Huck era o interesse pelo paciente

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São Paulo

Aos 17 anos, o paulistano Flávio Roberto Huck entrou para o curso de medicina na USP. "A medicina era a maior paixão da vida do meu pai; ele amava o que fazia", afirma a psicóloga Perla Huck.

Reservado e agradável, Flávio era gentil no trato com as pessoas e por isso bastante querido. Como se diz por aí, tinha a habilidade de "calçar os sapatos de outra pessoa", compreendia os sentimentos e as emoções do próximo. Para a família era puro afeto. "Ele era extremamente amoroso", diz a filha.

Flávio Roberto Huck (1946-2022)
Flávio Roberto Huck (1946-2022) - Arquivo pessoal

Flávio ganhou reconhecimento como neurologista. Em 2020, o Conselho Regional de Medicina lhe concedeu uma medalha pelos 50 anos de exercício ético da profissão.

Nos últimos tempos, até quando a saúde permitiu, ele atuou num consultório dentro do Hospital Israelita Albert Einstein.

Na USP, onde concluiu a residência em neurologia, conheceu Ricardo Nitrini, hoje professor titular sênior de neurologia da faculdade. Os dois trabalharam juntos em hospitais e em consultório particular.

"O Flávio era excelente. Inteligente, detalhista, cuidadoso na tomada de condutas, analisava os casos com muita precisão —era metódico neste aspecto. Os objetivos dele eram ter uma boa clínica, ser um bom médico, cuidar dos pacientes, o que fazia com muita qualidade. Era respeitado na comunidade médica de São Paulo", diz Ricardo.

O amigo lembra que Flávio trabalhou no antigo setor de neurologia funcional do Hospital das Clínicas.

"Era uma ala criada para tratamento cirúrgico de determinadas condições neurológicas e até psiquiátricas que existiam desde o início do século 20. Flávio e outros neurologistas eram requisitados pelos psiquiatras para ajudarem em casos mais complexos. Durante um tempo, ele atuou numa interface entre a neurologia e a psiquiatria", relata.

Arthur Kaufman, professor doutor do departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, afirma que Flávio fazia a diferença como neurologista. "Ele era capaz de ler a mente do paciente, no sentido de se preocupar com a parte emocional. Era humano no trato com os pacientes."

Perla define o pai como incansável nesse cuidado. "Sempre organizado e minucioso, ele investigava o paciente até descobrir o problema", conta.

Nas horas vagas, Flávio Huck era interessado em plantas e gostava de viajar.

O neurologista morreu no dia 3 de dezembro, aos 76 anos. A causa da morte não foi informada. Deixou três filhos, três netos, um irmão e um sobrinho —o apresentador Luciano Huck, da TV Globo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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