Mortes: Pediatra, era dedicada aos seus pacientes
Maria Lúcia Pettinati trabalhou durante cerca de 40 anos na saúde pública de Mogi das Cruzes
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A preocupação e a empatia da pediatra Maria Lúcia Pettinati com seus pacientes era tão importante quanto as receitas prescritas por ela em seus mais de 40 anos de medicina. O cuidado com o próximo, em especial com as crianças, é lembrado até hoje.
Descendente de italianos e de espanhóis, e caçula de três irmãos, Maria Lúcia levou para a vida o perfeccionismo do pai, o marceneiro Francisco, conceituado na Vila Madalena, na zona oeste paulistana, e da mãe, a costureira Maria del Carmen.
Aluna dedicada em escola pública, passou no vestibular para medicina na Universidade de Mogi das Cruzes, onde fincou raízes.
Na cidade da região metropolitana de São Paulo, formou-se, casou-se e teve três filhas, as gêmeas Paloma e Bianca, e Loretta. Lá, consolidou sua carreira de médica, exercida praticamente toda no serviço público. Também se tornou professora de medicina.
"Minha tia era uma pessoa diferenciada, sempre atendeu como uma espécie de médica de família, preocupava-se com a vida e a rotina dos pacientes", diz a sobrinha Wanda Maria Pettinati Homem de Bittencourt, 58. "O amor que dedicava ao próximo, e em particular às crianças, era muito alto."
Maria Lúcia era apaixonada por orquídeas. Foi estudar jardinagem e tinha vasto conhecimento das flores de seu viveiro, assim como de plantas em geral.
Devota de são Francisco de Assis, também gostava de animais —chegou a ter 11 gatos— e de viajar pelo mundo —no tempo livre, estudou italiano, francês e espanhol. Voou de balão na Turquia, conheceu a Europa e, lembra a sobrinha, emocionou-se na Torre Eiffel, em Paris. Fã dos Beatles, tinha planos de ir ao museu da banda em Liverpool, na Inglaterra.
Cozinheira de mão cheia, não errava o ponto da massa nas esfirras. Sempre reunia a família na sua casa em Mogi das Cruzes e dava bons conselhos quando procurada.
Trabalhou até 2021, quando descobriu um glioblastoma multiforme. Apesar de cirurgia e quimioterapia, o tumor cerebral voltou de forma agressiva recentemente, sem chance de cura.
Seu velório reuniu mais de 300 pessoas, lembra o irmão Vicente, 89. Além da família e de amigos, ex-colegas de trabalho, como enfermeiros e até uma telefonista que a acompanhou por quase toda sua carreira, estavam lá para a última homenagem.
Emocionada, uma mulher contou que, na juventude, ao ter problemas para amamentar seu bebê, a doutora Maria Lúcia, que havia sido mãe recentemente, reservava o próprio leite para a criança, seu paciente. A história foi narrada quase 40 anos depois durante a cerimônia.
"Maria Lúcia era muito querida, fazia da sua profissão um norte", afirma o irmão Vicente.
Divorciada, Maria Lúcia Pettinati morreu no último dia 5 de abril aos 72 anos, vítima de câncer. Deixou as filhas Bianca, Paloma e Loretta e os netos Allegra e Romeo, além dos irmãos Francisco e Wanda e de sobrinhos.
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