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Descrição de chapéu Obituário Rosa Maria Bacci Fernandes (1945 - 2023)

Mortes: Auxiliar de enfermagem, conheceu o futuro marido no hospital

Rosa Maria Bacci Fernandes largou a vida na roça em Minas Gerais para se tornar uma mulher carismática no interior de São Paulo

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São Paulo

A vaidade ao passar rímel nos cílios antes mesmo de preparar o café da manhã era a demonstração de quem teria o semblante reluzente durante todo o dia.

Rosa Maria Bacci Fernandes era assim, costumava acordar disposta e com tudo planejado.

Segunda mais velha de sete irmãos, ainda na infância trabalhou no cultivo de café em Jacutinga (MG).

Rosa Maria Bacci Fernandes (1945 - 2023) - Arquivo pessoal

Mas calejar as mãos, que depois seriam bem cuidadas pelo resto da vida, não estava nos planos. Com duas irmãs, largou a roça e se matriculou em um curso de auxiliar de enfermagem na vizinha Espírito Santo do Pinhal (a 189 km de SP). "Elas não se contentavam com a situação", diz Elton, 43, o caçula de Rosa.

Na cidade do interior paulista, a auxiliar de enfermagem se formou e conseguiu a indicação para trabalhar em um hospital de Jundiaí (a 58 km de SP), o que iria mudar sua vida.

Para lá levou os pais e a fama de pessoa acolhedora crescia. Tanto que um dia dona Octacilia, mulher de um paciente internado com problemas no coração, se encantou com o atendimento e pregou para a enfermeira: "Meu filho precisa ver você."

Com o empurrãozinho da sogra, foi no hospital onde trabalhava que conheceu o futuro companheiro, o jornalista Ademir Fernandes.

Nascia o casamento e as agradáveis serenatas na residência do casal, que atraíam anônimos e famosos, como Guarabyra, da dupla com Sá.

"Ela adorava receber as pessoas em casa", diz a filha Ellen, que, assim como o irmão, seguiu a carreira de jornalista do pai.

Rosa tinha prazer em cantar as músicas chilenas entoadas naqueles encontros e em corais de sua cidade. Também cativava os convidados de suas festas juninas com quentão e canjica.

Nem mesmo a cansativa rotina dos plantões de 12 horas em hospital a impediam de ser arrimo de família.

Tanto que a mulher resistiu ao abalo pela morte do marido em 2000, vítima de câncer.

Continuou a vida nos vários grupos dos quais fazia parte, como os de viagens. Aposentada, conheceu o Brasil, Argentina e o circuito religiosos formado por Roma, Jordânia e Israel.

Nas horas vagas, gostava de assistir ao programa do cantor Ronnie Von na TV e de ver o sobrinho tocar bateria. Religiosa, todo dia 13 de junho ia à paróquia de Santo Antonio.

Em 2019, vieram os primeiros sinais de que algo não estava bem. Rosa foi diagnosticada com demência frontotemporal. A enfermeira que atendeu tanta gente passou a necessidade de cuidados. Teve, porém, lucidez suficiente para conhecer e aproveitar os dois netos.

Viúva, Rosa Maria Bacci Fernandes morreu no último dia 20 de maio, aos 77 anos. Deixa os filhos Ellen, 47, e Elton, 43, e os netos Helena, 3, e Enrico, 1.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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