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Descrição de chapéu Obituário Helena Muñoz Afonso da Silva (1939 - 2023)

Mortes: Mãe incentivadora, foi o alicerce da família no centro de São Paulo

Helena Muñoz Afonso da Silva não mediu esforços para auxiliar no sucesso do marido e dos filhos

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São Paulo

Descendente de espanhóis e italianos, Helena Muñoz Afonso da Silva nasceu no bairro da Lapa, na capital paulista, em 1939. Formada em magistério, trabalhou pouco tempo como professora antes de decidir prestar concursos públicos.

E foi no seu primeiro cargo, como escriturária da Secretaria da Justiça de São Paulo, que Lenita, como era conhecida, conheceu o marido, o jurista constitucionalista José Afonso da Silva, 98, com quem ficou casada por 54 anos.

Depois de escriturária na secretaria, Helena fez concurso para o Tribunal de Contas do Estado e depois para escrevente no Juízo Cível. A nomeação para este último cargo ocorreu no dia do casamento do casal, em 15 de janeiro de 1969.

Helena Muñoz Afonso da Silva (1939 - 2023) - Arquivo pessoal

"A Lenita foi uma mulher na maior extensão da palavra mulher. Mulher como filha, mulher como esposa, mulher como dona de casa, mulher como mãe, mulher como trabalhadora em tudo que ela fez. Uma eterna saudade", diz o marido.

Segundo a filha Helena Augusta, a relação dos pais ultrapassava o âmbito familiar para se tornar uma parceria profissional. "Meu pai dava pareceres e ela sempre falava que a função dela era revisar e datilografar o trabalho dele. Ele é muito acadêmico, intelectual, e ela sempre dando todo o suporte", diz a filha, destacando que os dois eram assinantes e leitores assíduos da Folha.

Da união do casal nasceram três filhos: Nereu, 52, Helena Augusta, 51, e Virgílio, 49. Foi nessa época que Helena parou de trabalhar fora para se dedicar 100% aos filhos.

E desde pequenos, conta Helena Augusta, a mãe sempre os incentivou a cada um escolher seu próprio futuro, sem a pressão familiar por uma profissão. O resultado foi que o filho mais velho se tornou filósofo, mas atua como doutor da alegria.

Única filha, Helena Augusta fez moda e abriu empresa de comunicação; e o caçula, Virgílio, seguiu a carreira do pai e é professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro de São Paulo.

Apesar de não trabalhar fora, Helena passou a centralizar toda a administração da casa, tomando conta do dinheiro da família.

"A gente brincava que ela era auditora. Nem ganhava para isso, mas, de forma informal, fazia todo o balanço e fluxo de caixa da minha empresa", conta a filha. "Ela guardava, aplicava, fazia investimentos... Meu pai falava que nem sabia quanto ganhava porque era ela que fazia tudo."

No dia a dia, segundo a filha, Helena era muito prática na cozinha, preparando pratos únicos que serviam a todos, inclusive, quando tinham visita. "Um dos preferidos era o puchero [um tipo de feijoada branca com grão de bico, de origem espanhola], mas também fazia vaca atolada e tutu de feijão."

Em 2017, Helena foi diagnosticada com mieloma múltiplo, um tipo de câncer do sangue que afeta o sistema hematológico. Segundo a filha, ela fazia tratamento, mas nunca se queixou.

Lenita morreu no dia 12 de maio, aos 84 anos. Deixa o marido, os três filhos e os netos Joaquim, Mathias, Tom, Nuno, Dora e João.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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