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Descrição de chapéu Obituário Herondina de Medeiros Scaff (1936 - 2023)

Mortes: Foi professora e empreendedora de sucesso no tricô

Herondina de Medeiros Scaff deixou as salas de aula para cuidar dos filhos, mas não conseguiu ficar parada

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São Paulo

Paulistana da região central da cidade, Herondina de Medeiros Scaff nasceu em 1936 e, ainda criança, vivenciou as dificuldades do racionamento imposto durante a Segunda Guerra Mundial, história que sempre contava aos filhos.

Desde pequena, influenciada pelo pai, tornou-se uma amante do esporte, principalmente, do futebol e do São Paulo, seu time do coração. Sempre que podia, ficava em frente à TV para assistir a todas as modalidades que aparecessem.

"Ela dizia ter jogado vôlei no tempo de colégio e assistia a partidas até de par ou ímpar, especialmente futebol", conta o filho Rubens Pimentel Scaff Junior, 64. "Ela era apaixonada pelo São Paulo e não conseguiu ver o título da Copa do Brasil no fim de semana, mas deve estar feliz onde quer que esteja."

Herondina de Medeiros Scaff (1936 - 2023) - Arquivo pessoal

Ao se formar na escola normal, como era conhecido o ensino médio na época, Herondina se tornou professora de educação infantil, função que exerceu até se casar, em 1958, com Rubens Pimentel Scaff. Da união, nasceram os filhos Ricardo e Rubens Junior.

Então, ela abandonou as salas de aula para cuidar dos filhos e sofreu o primeiro baque em 2002, com a morte do marido.

Como gostava de fazer tricô, o hobby logo virou um negócio, o que acabou ajudando nas finanças da casa. No início, tecia roupas de crianças para conhecidos, e os pedidos foram aumentando tanto que ela contratou tricoteiras para dar conta da demanda. Ela mesma fazia os desenhos das peças, que chegaram a ser exportadas para outros países.

"As peças eram vendidas em lojas importantes de roupas de bebê. Ela fez isso a vida toda, até o começo da pandemia de Covid-19, quando já tinha 84 anos. Durante a pandemia, já não conseguia mais contratar as pessoas e ela mesma voltou a tricotar", diz Rubens.

Além de ver sua produção ser paralisada pela pandemia, Herondina sofreu outro choque com a morte do filho Ricardo, aos 59 anos. "Foi uma época muito difícil. Uma senhora com 84 anos perde o filho, é trancada dentro de casa e fica os primeiros dois anos sozinha. Então, começou a sentir o baque muito forte", explica Rubens, destacando que no último ano ela já não podia ficar sozinha e passou a ser assistida por uma cuidadora.

Com a idade, ela se tornou mais frágil, ainda mais depois de passar por tratamentos de câncer duas vezes. O primeiro, há 25 anos, foi de mama. Na mesma época em que nasceu a única neta, Rafaela, hoje com 26 anos.

"O nascimento da minha filha foi uma grande motivação para ela lutar tanto para ficar viva. Logo que a Rafaela nasceu, minha mãe falava que o sonho dela era ver a neta com cinco anos, mas viu com 26", conta Rubens.

Com insuficiência cardíaca e respiratória, ela descobriu neste ano um câncer de pulmão. Debilitada, desta vez já não podia fazer mais fazer radioterapia. Herondina morreu no dia 17 de setembro, aos 87 anos. Ela deixa o filho Rubens, a neta Rafaela e duas irmãs.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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