Descrição de chapéu Obituário Maria Apparecida Ruffini Penteado (1934 - 2023)

Mortes: Única das irmãs a estudar, se orgulhava da USP

Maria Apparecida Ruffini Penteado vivia rodeada da família e de amigos

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São Paulo

Maria Apparecida Ruffini Penteado nasceu em Franca, interior de São Paulo, em 25 de agosto de 1934, e foi criada em Rio Claro. Era neta de italianos que chegaram ao Brasil no finalzinho do século 19.

O pai era alfaiate e a mãe o ajudava na alfaiataria. Todos na família sabiam costurar. A infância foi tranquila, mas aquela jovem seria um pouco diferente.

Tinha três irmãos e três irmãs. Todas casavam cedo, ainda antes dos 18 anos, como era comum à época. Mas, Maria Apparecida queria estudar. Tinha grande apreço pela educação e por tudo o que ela poderia proporcionar.

Mulher idosa, de cabelos brancos e óculos de sol, sentada em uma cadeira em uma varanda
Maria Apparecida Ruffini Penteado (1934 - 2023) - Arquivo Pessoal

Queria ser médica, mas era bastante complicado e exigiria ficar muito tempo longe da família.

"Ela resolveu fazer farmácia. Foi a única das irmãs que fez faculdade. E fez USP (Universidade de São Paulo). Ela adorava frisar isso. Tinha muito orgulho de ter estudado na USP. Ela veio para São Paulo para morar na casa de uma tia, irmã da mãe dela, na Lapa, para fazer faculdade", conta a filha Vânia Maria Ruffini Penteado Balera, procuradora de Justiça aposentada.

Aliás, foi no trem da Companhia Paulista de Estradas de Ferro que ela conheceu Nestor Penteado, que, no futuro, viria a ser procurador de Justiça e seu marido.

A paixão foi instantânea, começaram a namorar e depois se casaram. Tiveram quatro filhos. Um morreu ainda criança, em 1969, mas nunca foi esquecido. Ela costurava as roupas das crianças e ajudava nas finanças para que os filhos pudessem estudar nos melhores colégios. Marta tornou-se advogada, Vânia seguiu a profissão do pai, e Marcelo é cirurgião-dentista e professor.

Maria Apparecida era chamada de Sinhá pelo marido.

"Ele contava que ela era brava e, na época do namoro, chegou uma onça brava no zoológico de São Paulo chamada Sinhá. Por isso, ele passou a chamá-la assim. A gente nunca pesquisou para saber se a história da onça era verdade, mas minha mãe virou Sinhá pela vida toda", conta, rindo.

Sinhá morreu aos 89 anos, em 17 de setembro, em São Paulo, em decorrência de um câncer de pâncreas. Deixou duas filhas e um filho, seis netos e três bisnetos.

"Ela adorava cinema, era uma pessoa muito feliz, muito simpática, sempre rodeada de pessoas, da família, adorava cozinhar, fazer doces, geleia de mocotó, sempre inventava algo. Mesmo tendo perdido um filho, que ela não esquecia, foi muito feliz e uma mulher realizada", diz Vânia.

Sinhá morreu também em um dia 17, assim como o marido.

"Só ficam boas lembranças. E ela morreu exatamente 14 meses depois do meu pai. Foi reencontrá-lo. A história dos dois sempre se cruzava. O casamento deles era algo muito bonito, muito exemplar para a gente", conta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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