Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Entenda a devastação das enchentes no RS em infográficos

Mapas e gráficos dão dimensão da tragédia no estado, que já provocou fuga em massa, colapso de hospitais e apagamento de memórias

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São Paulo

A dimensão das enchentes históricas provocadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul é intangível. Mapas e reportagens podem dar alguma ideia do tamanho da devastação, e explicar um evento climático extremo, mesmo que sejam insuficientes para perceber o impacto às vítimas.

Os infográficos a seguir mostram a extensão do alagamento, o caminho das águas, as falhas nos sistemas de contenção, o número de vítimas ao longo do tempo. No território ilustrado, estão histórias de fuga em massa, dos hospitais sem condições de atender pacientes, do soterramento de memórias.

Em números, como já mostrou a Folha, a inundação atingiu ao menos 303 mil edificações residenciais e 801 estabelecimentos de saúde, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Universidade Federal do estado (UFRGS).

Ficaram submersos total ou parcialmente 682 unidades de ensino, 1.347 templos religiosos e 2.601 propriedades agropecuárias, por exemplo. Abaixo, é possível ver a mancha da inundação no território.

Em termos proporcionais, três municípios tiveram mais da metade de seus endereços residenciais invadidos por água ou lama. O pior cenário é o observado em Eldorado do Sul, com 71% dos imóveis inundados de forma total ou parcial. As cidades de Estrela (57%) e Muçum (53%) completam essa lista.

Os mapas a seguir mostram os endereços atingidos:

A tragédia do Rio Grande do Sul é a pior do país, se considerado o número de pessoas que precisaram deixar suas casas, como mostrou análise da Folha.

O estado gaúcho contabilizou 537.380 desalojados neste sábado (11), o maior número já registrado no país, de acordo com o Atlas Digital de Desastres no Brasil, que tem dados consolidados até 2022, e informações preliminares do Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres (S2iD) para 2023.

É o que mostram os gráficos a seguir:

Em Porto Alegre, a situação é particularmente dramática porque o relevo e a hidrografia da região metropolitana dificultam o escoamento da água. Essa característica retarda uma solução mesmo sem novas chuvas —e elas se repetiram dias depois dos primeiros temporais.

O escoamento da água depende também da baixa da maré e deve causar problemas em Rio Grande, onde fica o delta que dá vazão à lagoa dos Patos, à qual o Guaíba é interligado. Toda a água acumulada na lagoa precisa passar por lá para alcançar o oceano. Com novas chuvas e a maré em alta, a solução pode demorar.

Abaixo, é possível ver como o relevo ao redor da capital e a conexão dos lagos afeta o escoamento da água.

Isso ocorreu apesar de Porto Alegre contar com um sofisticado sistema de prevenção contra inundações. São 68 km de diques de terra; 2,65 km de muro na avenida Mauá, no centro da cidade; 14 comportas e diversas casas de bomba espalhadas pelo município.

Esta reportagem mostra o que funcionou e o que falhou no sistema. No infográfico abaixo, é possível ver como algumas barreiras coincidem com o traçado das ruas da cidade.

Toda a bacia hidrográfica do Guaíba foi afetada. Os sete principais rios do estado tiveram cheias para além do nível que já são considerados inundados.

O bairro Mathias Velho, em Canoas (RS), que ficou praticamente inteiro coberto pelas águas das enchentes - Pedro Ladeira - 15.mai.2024/Folhapress

O Taquari, no município de Estrela, foi o que apresentou a maior cheia em números absolutos —considera-se que está inundado quando atinge 19 metros. No dia 2 deste mês, chegou a 33,66 metros, volume que representa cerca de 70% a mais que a cota de inundação da região.

Segundo o SGB (Serviço Geológico do Brasil), o Taquari teve a maior cheia em 150 anos. O infográfico abaixo dá uma dimensão desses transbordamentos:

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