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Descrição de chapéu greve transporte público

Motoristas de ônibus de SP suspendem greve nesta sexta (1º)

Sindicato havia anunciado paralisação em protesto contra decisão judicial que cancelou eleição sindical

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São Paulo

O SindMotoristas (sindicato dos motoristas e trabalhadores dos ônibus de São Paulo) decidiu suspender a greve prevista para esta sexta-feira (1º).

A paralisação era um protesto contra o cancelamento pela Justiça do Trabalho do resultado das eleições do sindicato, que elegeu a chapa que representa a atual diretoria.

O sindicado comunicou a desistência da greve na noite desta quinta-feira (30). Segundo Nailton Francisco de Souza, diretor-executivo do SindMotoristas, a decisão foi tomada após os sindicalistas conseguirem uma audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), marcada para esta sexta.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou na noite desta quinta, porém, que a sua gestão precisou de uma ação judicial para garantir a circulação dos ônibus.

"Mais uma vez tivemos que entrar com uma ação judicial para barrar uma greve ilegal e prejudicial ao povo de São Paulo", disse o prefeito.

Ônibus terminal Sacomã, em São Paulo - Rubens Cavallari - 3.out.2023/Folhapress

A chapa que representa a atual diretoria do sindicato, Resgate Raiz (de número 4), afirma que espera o julgamento do mérito da decisão judicial que o cancelou as eleições do sindicato.

O grupo reclama que TRT teria agendado e cancelado duas audiências de conciliação. Uma audiência deveria ter ocorrido nesta quinta.

A suspensão do resultado da eleição pela Justiça atendeu pedido do Grupo Oposição e Luta, que é contrário à atual direção. Segundo a apuração dos votos, a chapa 4 venceu a disputa com cerca de 14 mil dos 20 mil votos contabilizados.

Três das quatro chapas envolvidas na disputa haviam pedido o adiamento da votação por três meses e a substituição das cédulas de papel por urnas eletrônicas. A chapa 4, por outro lado, afirma que o estatuto prevê que as eleições sejam realizadas com cédulas impressas.

O adiamento do pleito havia sido aprovado em reunião da categoria no dia 20, mas a Justiça do Trabalho anulou a assembleia e manteve a eleição. Diante dessa decisão, uma das chapas pediu liminar para suspender a votação, e o pedido foi aceito.

O cancelamento da eleição foi confirmado em segunda instância pelo tribunal. Uma multa de R$ 50 mil foi imposta a cada integrante da comissão eleitoral e ao candidato que encabeça a chapa 4, Edivaldo Santiago da Silva.

Em resposta, no fim da tarde desta quinta-feira (30), a Prefeitura de São Paulo recorreu à Justiça para garantir o funcionamento das linhas de ônibus nesta sexta. A ação incluiu pedido de R$ 1 milhão por dia em caso de greve. O pedido de medida cautelar foi protocolado contra o SindMotoristas na Justiça do Trabalho.

O SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) informa que desconhece motivos para paralisação de motoristas dos ônibus urbanos.

"Se o motivo é briga interna sindical e questões judiciais, o que a população usuária e as empresas têm a ver com esses problemas, para serem prejudicadas, tanto na operação como na mobilidade?", questionou o sindicato patronal.

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, a paralisação anunciada pela categoria é ilegal.

Sindicato tem comando dividido

Apesar de ter a sua direção composta por representantes da chapa 4, o SindMotoristas tem como presidente oficial José Valdevan de Jesus Santos, que foi cabeça da chapa 2 na eleição do sindicato.

Valdevan, também conhecido como Noventa, estava afastado do cargo por determinação da Justiça, mas foi reconduzido à posição de presidente no dia 10 de novembro, também por meio de uma decisão judicial. Ele afirmou nesta quinta que é contrário à greve.

Apesar de Valdevan ter retomado a presidência, o restante da diretoria permaneceu nos cargos. Esses diretores são, portanto, favoráveis à chapa 4. Seus respectivos mandatos terminam nesta sexta.

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