Mortes: Independente e amorosa, amava viver e fazer amizades
Victoria Rocha viveu na Espanha dos 6 aos 12 anos e pretendia voltar a morar na Europa
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Victoria Rocha é descrita como uma mulher amorosa, cuidadora, cheia de amigos, muito trabalhadora e que começava a descobrir o mundo e a vida. Mantinha uma conexão muito forte com a mãe, a quem admirava.
Ela nasceu em Santos, litoral paulista, em 10 de fevereiro de 1998. Desde criança acordava antes do despertador e era a vida da casa.
"Era uma menina cheia de amigos, cheia de vida. Fazia as lições de casa dela e das amigas, não tinha preguiça para nada. Tinha muita energia e muita vontade de viver", conta a mãe, Glenda Bozzo.
Ainda criança, viveu com a mãe em São Paulo, até que se mudaram para a Espanha. Ficou lá dos 6 aos 12 anos. Falava espanhol, catalão e inglês.
Formou-se em Recursos Humanos e trabalhava na área em uma empresa, além de atuar como bartender em festas e eventos privados.
"Ela era uma mulher independente. Éramos só eu e ela. Eu morava na Espanha e ela aqui, mas a gente era bem ligada. Ela sempre foi uma pessoa carinhosa ao extremo. Gostava de gente", diz a mãe.
Victoria tinha planos de voltar a morar com a mãe em Valência e trabalhar em um bar em Ibiza, onde já tinha conseguido um contrato para começar em abril deste ano. Porém, os planos foram suspensos pela descoberta de uma leucemia linfoblástica aguda.
Em visita à mãe, em novembro de 2022, ela chegou muito cansada. Não queria sair para nada. Foi atendida em um pronto-socorro e nada foi detectado. Retornou ao Brasil no mês seguinte e, entre idas e vindas ao médico, recebeu o diagnóstico cerca de 20 dias depois.
De janeiro a agosto foi implantado um protocolo de tratamento, contudo, a doença avançou muito rapidamente. Em setembro, a equipe médica já a considerava uma paciente paliativa.
Como não havia mais alternativa pelo SUS, segundo Glenda, um médico particular indicou um outro tratamento com remédios que custaram R$ 300 mil.
"A gente fez vaquinha, pix solidário, várias pessoas famosas fizeram campanha. Eu só sei que em cinco dias a gente tinha as primeiras doses e depois conseguimos comprar a medicação toda", diz.
A fase mais difícil estava por vir. O medicamento era aplicado durante 24 horas ininterruptamente e causava muitos efeitos colaterais. No período, Victoria teve várias internações.
Após um período internada na Santa Casa em São Paulo, ela morreu, aos 25 anos, em 25 de novembro.
"Ela falava: 'Mamãe eu faço por você, mamãe é por ti [o tratamento]'. Ela tinha uma grande admiração por mim. Me amava muito. E a gente tinha uma relação bem linda. Foi a única pessoa que me amou e me admirou de verdade nesse mundo."
O corpo de Victoria foi cremado, e o velório foi acompanhado por cerca de 500 pessoas. "Ela era muito boa, muito amada, caridosa. Uma pessoa linda por dentro e por fora", conclui.
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