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Descrição de chapéu Obituário Maria Filomena Gouveia Vilela (1961 - 2024)

Mortes: Enfermeira, professora e poeta, deixou marca em diversas áreas

Maria Filomena Gouveia Vilela trabalhou para que a saúde pública fosse mais humanista e acolhedora

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São Paulo

Em tudo o que se propunha a fazer, Maria Filomena Gouveia Vilela, conhecida como Mena, via poesia. Fosse no trabalho como enfermeira, pesquisadora, professora ou em cargos de coordenação, ela encontrava beleza nas situações do cotidiano para transformar em rimas.

Nascida em Prata, em Minas Gerais, Mena deixou a pequena cidade do interior para se mudar para São Paulo, onde cursou enfermagem na USP (Universidade de São Paulo). Apaixonou-se pela profissão, mas sentia que poderia fazer mais e decidiu fazer mestrado e doutorado em Saúde Coletiva, na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), na qual atuou também como professora da Faculdade de Enfermagem.

Maria Filomena Gouveia Vilela (1961 - 2024) - Arquivo pessoal

"Mena é de uma geração que viveu o fim da ditadura, ela tinha uma enorme vontade de lutar por um país melhor e acreditava que era possível estabelecer uma saúde coletiva melhor. Ela foi uma das que ajudaram a implantar e consolidar o SUS [Sistema Único de Saúde]", diz a amiga Nima Spigolon.

A visão humanista com a qual enxergava a saúde pública levou Mena a ser convidada para atuar em diversos municípios paulistas, tendo ficado mais tempo em Santos e Campinas. Nesta última, atuou como diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde.

Também trabalhou na Abrasco (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva) e no Cosems-SP (Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de São Paulo).

"Ela era dedicada em tudo o que se propunha a fazer, se entregava a quem quer que precisasse de seus cuidados. Ela viveu para mitigar os males do corpo e da mente de todos que dela precisaram", contou a cunhada Eliane Gouveia.

Foi para os cuidados da alma que se voltou nos últimos anos, tendo lançado no fim de 2023 um livro de poemas. Mais do que poeta, ela dizia aos amigos ter se encontrado como haijin, um estilo de poesia japonesa, em que o escritor busca traduzir o que observa da natureza.

"Foi uma grande amante da natureza, sorvia com prazer cada gota de beleza de um pôr ou nascer de sol. Desde que se aposentou, ela se dedicou grande prazer à literatura", diz Gouveia.

A dedicação à escrita e a publicação do livro levaram Mena a conquistar um lugar na Academia de Letras e Artes de Ituiutaba, cidade mineira onde sua mãe mora até hoje.

Mena morreu no último dia 27 de janeiro, aos 62 anos. Deixa a mãe, de 85 anos, o marido, o filho e um neto.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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