Descrição de chapéu Obituário Paulo de Tarso Ferraz de Meira (1954 - 2024)

Mortes: Biólogo, foi chefe do Aquário de Santos por quase 40 anos

Paulo de Tarso Ferraz de Meira faleceu na madrugada desta quarta-feira (21) aos 69 anos

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São Paulo

Quando se aposentou do cargo de chefe do Aquário de Santos, no litoral sul paulista, em 2019, Paulo de Tarso Ferraz de Meira completava 37 anos à frente de um dos primeiros aquários públicos do país, fundado em julho de 1945 pelo então presidente Getúlio Vargas.

"Paulo contribuiu com praticamente metade dos quase 80 anos de funcionamento", diz o veterinário Gustavo Henrique Pereira Dutra, integrante do time de técnicos da atração turística de Santos.

Biólogo e zoólogo Paulo de Tarso Ferraz de Meira morreu na madrugada desta quarta-feira (21), aos 69 anos.
Paulo de Tarso Ferraz de Meira (1954 - 2024) - Divulgação/Prefeitura de Santos

Como estagiário de Meira nos anos 1990, Dutra acompanhou de perto sua trajetória que se confunde com a história do ponto turístico santista. "Ele foi um bandeirante no que diz respeito ao manejo de organismos aquáticos no Brasil", diz o veterinário sobre a montagem de aquários e sistemas de suporte à vida com a criação de ecossistemas aquáticos necessários à manutenção das espécies.

Nascido em Ribeirão Preto, no interior paulista, Meira se mudou para Santos no início dos anos 1980, e adotou a cidade como se fosse sua de nascença. Lá, se casou duas vezes e teve cinco filhos, dos quais três seguiram os passos profissionais do pai.

Ele era licenciado em ciências biológicas pela Faculdade de Ciências e Letras de Ribeirão Preto (USP), e deu aulas do curso de ciências biológicas da Universidade Católica de Santos e da Universidade Santa Cecília na década de 1990.

Além de fazer parte da história do Aquário de Santos, onde criou e modernizou os sistemas dos tanques, o biólogo atuou como referência e formou gerações de biólogos, zootécnicos, médicos veterinários e oceanógrafos. Ele também usou seu conhecimento para participar da construção dos aquários de Guarujá (SP), Natal (RN) e também do Pantanal, em Campo Grande (MS). "A grande obra do Paulo foi formar as pessoas", diz Dutra.

O veterinário ressaltou que o amigo tinha uma personalidade criativa e, ao mesmo tempo, colérica, e usava sua energia para defender os interesses do Aquário de Santos e seus funcionários diante de problemas. "Estamos órfãos", lamenta Dutra.

A paixão de Meira pelo mar o levava a navegar em sua lancha no mar de Santos nos momentos de folga. Ele também costumava passar dias em alto-mar durante expedições de pesquisas e coleta de material.

Meira morreu na madrugada da última quarta-feira (21) em decorrência de um quadro de insuficiência cardíaca. Deixa a mulher e os cinco filhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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