Mortes: Animou 50 anos de festas na Bahia com diversidade de ritmos
Kocó ficou conhecido no sul do estado como vocalista da banda Lordão
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Quem já passou algum São João em Ibicuí (BA), possivelmente escutou a voz de Clóvis Figueiredo Leite, o Kocó, vocalista da Lordão. A banda de estilo baile ultrapassou gerações animando as festas do sul da Bahia com seu repertório eclético e cheio de hits.
Sempre de óculos escuros, Kocó animava o público e, mesmo após 50 anos no palco, se reinventava. Um dos últimos sucessos na sua voz, a música "Forró Elegante" faz referência aos paredões de som que animam os eventos juvenis da região atualmente.
"A vida dele toda foi dedicada à banda Lordão", afirma a esposa Sonia Maria Cardoso Leite, 72.
Leite nasceu no Rio de Janeiro, em 1951. Foi na capital fluminense que ganhou o apelido que virou nome artístico.
Filho de representantes comerciais, morou em várias cidades. Aos 9 anos, foi para Belo Horizonte. Depois, aos 14, para Juiz de Fora (MG). E aos 16, chegou a Salvador, terra natal dos pais.
Na capital baiana, o menino que sempre gostou de música se encontrou com as turmas que tocavam violão pelas calçadas e a efervescência musical do estado. E, no colégio em que estudava, conheceu Sônia Maria, sua paixão.
Em 1972, Kocó foi convidado a se mudar para Itabuna (BA). Era o mais novo contratado pela então Ritmos Lord, hoje Banda Lordão.
Começou no contrabaixo e foi soltando a voz. O caçula da banda virou sócio, cantor e diretor musical.
Aos 22, casou-se com Sônia. "Ele tinha a promessa de voltar, mas estava me enrolando. Tive que me mudar", conta a esposa. Tiveram dois filhos, primeiro Clóvis Júnior, o Kocó Jr., e Marcos Vinícius.
O mais velho até cursou publicidade e propaganda, mas a herança não foi só de nome, também se tornou cantor da Lordão. A dor do pai foi perder o filho em 2009, aos 33 anos.
Kocó sempre guardou uma vontade de estudar, pois teve que parar ainda jovem. Já aos 60 anos, voltou para a sala de aula e se formou em administração de empresas.
Em 2023, o músico recebeu a Comenda 2 de Julho, maior honraria do estado, concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia. Na cidade que escolheu para viver, recebeu o título de cidadão itabunense e a Comenda Firmino Alves.
A esposa conta que ele tinha diabetes há muitos anos, mas não controlava a alimentação como deveria. Nos últimos meses, passou por um transplante de fígado, depois de muita espera. Acabou com complicações no período de recuperação e morreu no dia 19 de fevereiro, aos 72 anos, em Salvador.
Deixa a mulher, Sônia, 72, o filho Marcos Vinícius, 48, e cinco netos: Maitê, João Umberto, Maria Antônia, Maria Eduarda e Rauani.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters