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Descrição de chapéu São Paulo

Motorista de Porsche aparece dentro de carro momentos antes do acidente

No trecho, empresário afirma à namorada que ia jogar sinuca e jovem se recusa a entrar no carro de luxo

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São Paulo

O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, aparece em vídeo momentos antes do acidente que causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, 52. O vídeo foi gravado por um celular no dia 31 de março e encaminhado ao Ministério Público de São Paulo.

As imagens foram divulgadas pelo G1 e, depois, obtidas pela Folha. No vídeo, a namorada de Fernando, Giovanna Silva, pergunta "você quer apanhar?". Ele diz "vamos jogar sinuca".

O empresário, Fernando Sastre de Andrade Filho, foi preso após causar a morte de um motorista de aplicativo - Reprodução

Na cena, a namorada parece rir. Em seguida, Juliana Simões, namorada do amigo de Fernando, que filmava a cena, ri e pede para o empresário dizer novamente o que iria fazer.

Ele repete "vou jogar sinuca". Depois, a namorada diz: "então vai você, que eu vou com eles" e fecha a porta do carro de Fernando.

Fernando está preso preventivamente (sem prazo) em Tremembé (no interior de São Paulo) enquanto aguarda o julgamento do caso. Ele é réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima após ter batido com seu Porsche no carro do motorista de aplicativo.

No dia do acidente, Fernando saiu com a namorada e um casal de amigos, Juliana Simões e Marcus Vinicíus. Eles estiveram em um bar, no qual consumiram R$ 620 e, em seguida, em uma casa de pôquer, na qual Fernando ganhou R$ 1.000 e consumiu R$ 400.

No primeiro estabelecimento, eles consumiram oito drinques chamado Jack Pork —feito com uísque, licor, angostura e xarope de limão siciliano—, além de uma capirinha de vodca.

Também foram consumidos água, um torresmo, um bolinho de costela, um hambúrguer e outros dois salgados.

O novo vídeo do caso tem 16 segundos e foi filmado por Juliana momentos antes do acidente.

Advogado de Juliana e de Marcus Vinícius, José Roberto Soares Lourenço afirmou que seus clientes assumiram o compromisso de colaborar com a Justiça desde o início da investigação.

"Por esse motivo, foram entregues ao Ministério Público do Estado de São Paulo mídias virtuais que dizem respeito à data do ocorrido", diz. Em depoimento, Juliana e Marcus afirmaram que Fernando bebeu na noite do acidente.

Juliana afirmou que o amigo foi aconselhado a não dirigir por estar um pouco alterado.

Já a namorada do dono do Porsche disse em depoimento que ele não bebeu. Ela afirmou que os dois estão junhos há oito anos e que têm um combinado de que quando um bebe o outro não consome bebida alcoólica.

Disse também que o namorado não bebeu nada alcoólico porque não gosta de beber enquanto joga pôquer para não perder a atenção.

A jovem afirmou ainda que pediu para ir embora, mas que Fernando não queria porque estava ganhando. Ela insistiu até que ele concordou, ficando "bastante alterado e irritado, iniciando uma forte discussão, por também se irritar com facilidade", segundo trecho do relato do depoimento.

Em seu depoimento à polícia, Fernando afirmou não ter consumido bebida alcoólica antes do acidente e disse estar um pouco acima da velocidade permitida na avenida quando bateu. Imagens da câmera de segurança de um posto de gasolina próximo ao local do acidente mostram o carro de luxo trafegando muito acima da velocidade de outros veículos.

Em entrevista ao Fantástico, ele voltou a negar que tenha bebido na noite do acidente.

De acordo com o Código Penal, suspeitos não são obrigados a colaborar com a Justiça e a produzir provas contra si, mas testemunhas são obrigadas a falar a verdade em depoimentos. A punição por falso testemunho vai de 2 a 4 anos de reclusão, além de multa.

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