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Descrição de chapéu acidente aéreo

Acidente em 1994 com avião ATR fez EUA mudar regulação

Desastre aéreo deixou 68 mortos e foi causado pelo congelamento das asas da aeronave

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São Paulo

O acidente do avião que deixou 62 pessoas mortas em Vinhedo, interior de São Paulo, se assemelha com outra queda de aeronave, em 1994, que deixou 68 mortos nos Estados Unidos.

O episódio dos anos 1990 aconteceu em meio a uma tempestade e as asas do avião congelaram —puma das principais hipóteses levantadas para a causa do acidente do voo da Voepass na última sexta-feira (9). O acidente também aconteceu em um ATR turboélice.

Bob Clifford, advogado americano que trabalhou no caso de 1994 e representou 16 vítimas do acidente, afirma que os pilotos estavam distraídos e não perceberam a tempo o congelamento das asas. O voo fazia um percurso curto (de cerca de 250 km) entre Indianápolis e Chicago, caiu em um campo perto da cidade de Roselawn, no estado de Indiana.

Um avião modelo ATR 72-500, da companhia aérea Voepass, que saiu de Cascavel (PR), e seguia para Guarulhos (SP), caiu dentro de um condomínio residencial no município de Vinhedo, interior de São Paulo, e deixou 62 mortos - Folhapress

De acordo com documentos divulgados em 1996 pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA havia um ambiente de descontração na cabine do avião, com a presença de comissários de bordo e música.

O órgão afirma que isso não contribuiu diretamente para o acidente, mas admite que "um ambiente de cabine estéril provavelmente teria reduzido as distrações da tripulação e poderia ter promovido um nível apropriado de consciência da tripulação para as condições em que o avião estava sendo operado".

Para Cliffort "é muito provável que os pilotos não tenham notado e ativaram o mecanismo [para limpar a asa] muito tarde, perderam controle da aeronave e não conseguiram recuperar", afirma ele. "O principal problema do acidente foi falha humana, não técnica."

O advogado explica que o modelo da aeronave é muito sensível a mudanças climáticas e que, após o acidente, a regulação foi alterada para evitar novos acidentes. Entre eles, está a proibição de que comissários de bordo entre na cabine do piloto quando o avião estiver a 10.000 pés ou abaixo disso.

Além disso, o modelo passou a voar principalmente em regiões que não sofrem com forte frio nos Estados Unidos, como a Flórida, e alguns modelos foram mandados para a América do Sul.

O acidente em São Paulo

O voo 2283 da Voepass caiu na sexta durante viagem de Cascavel (PR) a Guarulhos (Grande São Paulo), na área de uma casa no condomínio Recanto Florido, no bairro Capela. Imagens feitas por moradores mostram o avião em queda livre e, na sequência, uma explosão seguida por muita fumaça.

A queda matou os 58 passageiros e os quatro tripulantes que estavam a bordo. A aeronave, que decolou às 11h50 e tinha previsão de chegada às 13h40, perdeu 3.300 metros de altitude em menos de um minuto a partir das 13h21, segundo o site Flight Aware, que monitora voos em tempo real ao redor do mundo.

Segundo a Força Aérea Brasileira, o avião deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo às 13h21. O piloto não teria declarado emergência ou reportado estar sob condições meteorológicas adversas.

Nas primeiras horas após o acidente, especialistas em aviação ouvidos pela Folha levantaram duas hipóteses principais para o caso com base nos primeiros detalhes, ressaltando ser cedo para determinar as causas. A caixa-preta do avião foi recuperada.

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