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Descrição de chapéu acidente aéreo

'Não sabia para onde correr, ele estava em cima de mim', diz agricultor de Vinhedo que viu avião cair

Aeronave da Voepass, antiga Passaredo, caiu nesta sexta-feira (9) com 61 pessoas a bordo; não há sobreviventes

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Vinhedo (SP) e São Paulo

"Eu entrei em pânico, não sabia para onde correr, o que fazer. Ele estava em cima de mim. Na minha cabeça, ele ia cair aqui. Era um avião muito grande. Não tinha para onde correr, eu pensei que ia morrer", disse Odair Simões, 48, que viu o momento em que um avião caiu em Vinhedo nesta sexta-feira (9), com 61 pessoas a bordo.

A aeronave da Voepass, antiga Passaredo, é do modelo ATR 72-500 e viajava de Cascavel (PR) para Guarulhos (Grande São Paulo). Todos os 57 passageiros e quatro tripulantes morreram.

Odair Simões, 48, agricultor, indica local onde estava quando viu o avião cair; ele correu e achou que seria atingido: 'pensei que fosse morrer' - Folhapress

O avião caiu em uma área do condomínio Recanto Florido, ao lado de onde Simões estava, no bairro Capela. Atingiu a garagem de Luiz Augusto de Oliveira, que contou que estava dentro de casa com a esposa e a empregada —ninguém se feriu.

"No momento da colisão, a gente achou que era um helicóptero em pane, pelo barulho. Eu estava quase saindo da residência, com a empregada, e de repente nós vimos a aeronave já explodindo na garagem", contou Oliveira a jornalistas.

Questionado sobre se o acidente havia provocado algum dano ao imóvel, ele respondeu que "bastante coisa".

"Mas graças a deus, foi o menor [dano] possível, só bens materiais. Só tenho que agradecer a Deus,[agradecer] até a forma como a aeronave caiu", completou.

Outros moradores da região relataram à Folha cenas de terror durante a queda e disseram que o avião emitiu um "barulho terrível durante a queda".

Um adolescente contou que viu três corpos serem lançados para fora da aeronave.

A esteticista Lourdes Astolfo, 60, também disse ter pensado que fosse morrer. "[O barulho] deu a entender que era um caminhão sem escapamento. Quando olhamos, o avião já estava caindo. Os cachorros ficaram desesperados com o estrondo. A casa estremeceu. Eu só pensei: nós vamos morrer."

Outra que contou ter entrado em desespero ao ver a cena foi a auxiliar de limpeza Rosana de Oliveira, 43.

"Muito barulho em cima da minha casa, pensei que fosse pousar um helicóptero em cima da minha laje. Quando olhei para o céu, vi o avião caindo igual um papel. Foi uma sensação desesperadora, comecei a gritar e pedir socorro. Ligamos para o Corpo de Bombeiros antes mesmo de [a aeronave] cair", afirmou Rosana.

O pedreiro Paulo Oliveira, 22, disse que mora a cerca de 400 metros do local do acidente. "Eu estava no quarto, e minha esposa ouviu um barulho. Quando saímos de casa só vimos a fumaça", disse ele, que vive no bairro há três anos.

O DJ Breno Loschi, 26, mora a duas ruas do local da queda do avião, dentro do condomínio Recanto Florido, e diz ter filmado a aeronave em queda livre.

"Ele [avião] estava rodopiando devagar em cima de casa. Mas a cada momento ia um pouco mais para o lado. Foi sinistro", disse.

Segundo ele, o condomínio foi esvaziado de forma tranquila. "Tinha bastante policial e bombeiros." O incêndio causado pela queda também foi rapidamente controlado.

Após a queda do avião, moradores do bairro usaram aplicativos de mensagem para ajudar equipes que trabalham em meio as destroços. Chovia bastante na tarde desta sexta-feira em Vinhedo, e as temperaturas também estavam em declínio.

A psicóloga Letícia Batista, 35, faz parte de um destes grupos de voluntários que se organizaram para comprar e doar alimentos e garrafas de 500 ml dentro do condomínio.

"Eles estão trabalhando lá desde o começo da tarde, então essa é uma forma de ajudarmos os socorristas a senhora manterem fortes nesse momento", afirmou.

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