Mortes: Inteligente e de personalidade forte, ensinou gerações de alunos
Carlos Gardin foi professor da PUC-SP por mais de 40 anos e ajudou a fundar novos cursos
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Quem estudou jornalismo na PUC-SP nos anos de 1980 e 1990 não esquece o entusiasmo e da inteligência do professor Carlos Gardin.
Ele começou a dar aulas na universidade em 1978 e permaneceu até o último ano da pandemia. Em 1973, iniciou o mestrado na área de Crítica Literária, e de 1978 a 1984, concluiu o doutorado em Comunicação e Semiótica.
Na PUC-SP, deu aulas em vários cursos, além da pós-graduação. Foi fundamental na criação da graduação em jornalismo da instituição, em 1978, da qual foi professor de diversas disciplinas ligadas fundamentalmente à semiótica.
"Gardin dava aulas no primeiro ano e nos convocava à criatividade e ousadia, em exercícios de teatro, que desestabilizava bastante a sisudez contra-hegemônica do jornalismo puquiano", diz o professor Fabio Cypriano, atual diretor da Faficla (Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP), e ex-aluno de Gardin.
Por mais de 20 anos, a partir de 1990, foi o diretor do grupo Trupitê de Teatro, no Tuca. Em 1999, participou ativamente da criação do curso de artes do corpo, que uniu dança, teatro e performance em um só bacharelado.
"Polêmico, Gardin era uma energia vital por onde passava. Não aguentava reuniões intermináveis, como é tão comum na PUC-SP, e sempre, em algum momento, intervinha de maneira contundente", lembra Cypriano.
Gardin nasceu em São José do Rio Preto (no interior do estado), em 10 de janeiro de 1949. Tinha um casal de irmãos. Mesmo morando em São Paulo, fazia questão de estar junto da família nos momentos importantes.
"Ele era muito inteligente. Tinha a personalidade muito forte e era independente. Não gostava de dar satisfação de nada a ninguém. Tinha opiniões formadas e era aquilo e pronto", diz o sobrinho Thiago Gardin, 35, coordenador técnico de telecomunicações.
Gardin e o sobrinho se falavam todos os domingos por telefone. Mas ele passou a não ligar por confundir os dias e sofreu algumas quedas, sintomas que acenderam o alerta da família, que o levou para morar novamente na cidade natal.
"O diagnóstico do Alzheimer foi em dezembro de 2023 e ele teve uma decadência, uma evolução muito rápida", lembra Thiago.
Gardin morreu no dia 24 de agosto, aos 75 anos, em São José do Rio Preto. Deixou quatro sobrinhos e centenas de alunos que viraram amigos e fãs.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters