Descrição de chapéu Obituário Rosana Santos (1957 - 2024)

Mortes: Amava o centro do Rio e lutou pela sua revitalização

Rosana Santos comandou o Bar Luiz, tradicional para a boemia carioca

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Juazeiro (BA)

Durante mais de 13 décadas, o Bar Luiz, fundado em 1887, foi recanto para os boêmios do Rio de Janeiro. O boteco centenário se tornou símbolo da noite carioca. Lutando pela sua manutenção, Rosana Santos comandou a casa a partir de 1994.

Nas últimas três décadas, enfrentou diversas crises financeiras, o afastamento de turistas em razão da insegurança no Rio antigo e até problemas por ser uma mulher à frente de um bar. Resistiu o quanto pôde, até na pandemia de Covid-19, e fechou as portas do local em 2022.

Era muito querida entre os comerciantes da região, e sua luta pela revitalização do centro histórico do Rio a fez ser vice-presidente da Associação do Polo Novo Rio Antigo e diretora do SindRio (Sindicato de Bares e Restaurantes).

Uma mulher está em pé ao lado de um quadro com o logotipo do Bar Luiz, que é um círculo vermelho com o nome 'Bar Luiz' escrito em branco. Ao fundo, há uma foto em preto e branco emoldurada, mostrando um grupo de pessoas em um ambiente que parece ser um bar ou restaurante. A mulher usa óculos e uma blusa de estampa animal.
Rosana Santos (1957 - 2024) - Oscar Valporto

Rosana Santos nasceu no Rio de Janeiro, no dia 8 de abril de 1957. Cresceu em uma família de sete irmãos, dos quais era uma das mais velhas. Sempre foi muito estudiosa, seguindo as exigências do pai, e se preocupava em tirar boas notas na escola.

Começou a trabalhar muito jovem no comércio e foi alocada no setor administrativo. A experiência despertou seu interesse pela área e resolveu cursar administração na PUC-Rio.

Em uma festa no Iate Clube de Niterói (RJ), conheceu Bruno Kurowsky por intermédio de uma tia. Engataram um namoro e seguiram a vida juntos. Da união, tiveram quatro filhas.

Seu relacionamento com Bruno também foi o início de sua jornada no Bar Luiz, no qual ingressou em 1984, a pedido da sogra Gertrud Kurowsky. Após ficar viúva, Rosana passou a tocar sozinha o negócio da família.

Era uma pessoa muito discreta. Com a irmã Alice, da qual era confidente, mantinha costume de tomar chá na Confeitaria Colombo. "Rosana era um ser humano espetacular, para ela não havia problema que não fosse resolvido", afirma Alice Marques, 68, que chegou a trabalhar no bar por 12 anos.

Rosana teve câncer duas vezes. O primeiro foi no intestino, curado após o tratamento. Três anos depois, em um exame de rotina, descobriu outro, embaixo do músculo da virilha. Fez quimioterapia e radioterapia, mas a doença avançou para a bexiga e depois chegou aos rins.

Durante todo o tratamento contra a doença, teve o apoio de Joana, que trabalhou com ela durante 47 anos. A funcionária, que a ajudou a criar as quatro meninas e se tornou sua amiga, era tida como seu "anjo da guarda", cuidava dela com carinho e fazia as comidas de que gostava.

Rosana morreu em 24 de agosto, aos 67 anos. Deixa quatro filhas e cinco netas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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