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Estudo mostra quais antidepressivos podem causar mais ganho de peso

Escolher o antidepressivo certo pode ser um ato de equilíbrio entre eficácia e efeitos colaterais

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Christina Caron
Science Times

O ganho de peso tem sido há muito tempo um efeito colateral comum dos antidepressivos, mas alguns deles são mais propensos a adicionar quilos do que outros, de acordo com um novo estudo.

O estudo, publicado na segunda-feira no periódico Annals of Internal Medicine, analisou os registros eletrônicos de saúde de mais de 183 mil pacientes dos EUA considerados usuários de antidepressivos pela primeira vez e acompanhou seu peso por 24 meses.

Alguns antidepressivos podem ter efeitos na perda de peso mais do que outros, mostra estudo - Catarina Pignato

Após seis meses, os pacientes que tomaram Lexapro, Paxil ou Cymbalta tinham um risco maior, de 10% a 15%, de ganhar uma quantidade clinicamente significativa de peso, definida como pelo menos 5% do peso inicial, em comparação com os usuários de Zoloft. Aqueles que tomaram Wellbutrin tinham menos probabilidade de experimentar esse tipo de ganho de peso. O estudo incluiu tanto as formas de marca quanto as genéricas de cada medicação.

"Muitos pacientes estão preocupados em ganhar peso excessivo quando estão tomando um antidepressivo", disse Joshua Petimar, que é professor assistente de medicina populacional na Escola de Medicina de Harvard e no Instituto de Saúde Harvard Pilgrim, e autor principal do estudo. Isso pode ser especialmente verdadeiro para pacientes com uma condição de saúde pré-existente como diabetes.

Além disso, alguns pacientes podem parar de tomar seu antidepressivo —mesmo que seja eficaz— porque não gostam de ter ganhado peso. "Isso também pode levar a uma série de resultados adversos, como aumento do risco de hospitalização ou recaída dos sintomas", disse Petimar.

No estudo, aos seis meses, os pacientes que tomaram Lexapro ou Paxil ganharam cerca de um quilo a mais em média do que aqueles que tomaram Zoloft, que foi o mais prescrito entre os oito antidepressivos rastreados. Pessoas que tomaram Cymbalta, Effexor ou Celexa também inicialmente ganharam mais peso do que os usuários de Zoloft, mas em cada caso foi menos de um quilo. Aqueles que tomaram Wellbutrin, no entanto, ganharam menos peso do que aqueles que tomaram Zoloft.

O estudo mostrou algum nível de ganho de peso em todos os antidepressivos. E a maioria das pessoas no estudo estava acima do peso ou obesa no início, o que é representativo da população dos EUA.

"Não importa dramaticamente quais você escolha", disse David J. Hellerstein, que é professor de psiquiatria clínica no Centro Médico Irving da Universidade Columbia e não esteve envolvido no estudo. "É o mesmo problema em toda a linha."

Escolher o antidepressivo certo pode ser um ato de equilíbrio entre eficácia e efeitos colaterais, acrescentou ele. E decidir com quais efeitos colaterais você está disposto a lidar pode ser difícil.

Embora os usuários de Wellbutrin pareçam menos propensos a ganhar peso, por exemplo, essa medicação "causa muita boca seca e tem efeitos colaterais semelhantes aos da cafeína", disse Hellerstein. "Algumas pessoas não gostam disso."

Também é difícil fazer generalizações amplas sobre se um antidepressivo específico fará alguém ganhar peso, especialmente dadas as variações na dieta e no exercício, bem como nos genes e na história de saúde, disseram os especialistas.

O estudo teve várias limitações. Os pesquisadores não puderam verificar se cada paciente estava tomando um antidepressivo pela primeira vez. Além disso, os dados não incluíam informações consistentes sobre a dosagem do medicamento, o que significava que os pesquisadores não podiam determinar como a dosagem poderia afetar o ganho de peso.

Além disso, algumas pessoas podem ter ganhado peso durante o período do estudo mesmo que não estivessem usando um medicamento, disse Hellerstein. Se o estudo tivesse incluído um grupo de comparação de pessoas que não estavam tomando antidepressivos, isso poderia ter ajudado a determinar em que medida os medicamentos contribuíram para o ganho de peso, acrescentou.

Dado que alguns medicamentos foram associados a uma mudança contínua de peso ao longo do período de estudo de dois anos e que outros mostraram um platô, são necessárias mais pesquisas para saber se essas curvas podem ser replicadas em um estudo futuro, disse Petimar.

"Isso gera algumas teorias interessantes sobre por que as trajetórias podem ser diferentes", acrescentou ele.

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