Aparelhos de academia podem estar contaminados com milhões de germes; veja quais são os piores
Na inspeção visual, 96% dos equipamentos de locais públicos foram reprovados; nas particulares, foram 33%
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A atividade física regular ajuda a prevenir doenças e a melhorar a qualidade de vida, e as academias têm sido importantes aliadas para um estilo de vida mais saudável. No entanto, um estudo feito por pesquisadores da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) revelou um alto potencial de contaminação nesses locais.
Quase todos os equipamentos de membros superiores e inferiores analisados apresentaram resultado positivo para ao menos um dos três tipos de testes realizados —inspeção visual, método de fluorescência e teste de resíduos de proteína.
Práticas de limpeza simples como utilizar pano com álcool ou desinfetante após o uso podem reduzir os germes para garantir a segurança dos usuários.
Apenas água e sabão não são suficientes —embora removam alguns microrganismos, não os eliminam completamente. O mais recomendado é a desinfecção com produtos químicos específicos, que inativam fungos e bactérias.
Na inspeção visual, capaz de detectar suor ou algum outro tipo de secreção, 96% dos aparelhos de academias públicas foram reprovados. Em academias privadas, esse número foi de 33%.
No método de fluorescência, que utiliza um produto fluorescente para simular a presença de germes na superfície, o leg press, os halteres e o voador tiveram os piores resultados.
Já no teste de resíduos de proteínas, que avalia a presença de proteínas na superfície, os aparelhos mais contaminados foram a barra de agachamento, os halteres, a máquina hack e o leg press.
A metodologia do estudo comparou os locais segundo um diagrama de Pareto para avaliar o maior percentual acumulado das ocorrências em relação aos testes de proteína e de fluorescência. A pesquisa não entrou no mérito de avaliar, porém, qual o local de cada aparelho com mais sujeira.
"A sujeira visível já é preocupante, mas a invisível, detectada pelos testes de fluorescência e proteína, acende um alerta ainda maior. Esses microrganismos podem sobreviver nas superfícies e aumentar o risco de transmissão de doenças", afirma o professor coordenador do estudo, o enfermeiro André Alvim.
Publicados na revista científica Journal of Human Environment and Health Promotion, os achados apontaram práticas insatisfatórias de limpeza e desinfecção nas instalações e equipamentos das academias analisadas.
Segundo o relatório, os protocolos de limpeza dos locais são inadequados e precisam ser revisados. Isso porque os ambientes são frequentados por jovens, adultos e idosos, que podem ter o sistema imunológico comprometido, aumentando o risco à saúde.
"A limpeza ainda é negligenciada. Esperávamos que, após a pandemia, isso melhorasse, mas não foi o caso", diz Alvim.
Tanto o contato direto quanto o indireto pode facilitar a contaminação, de acordo com o professor. "Isso favorece a proliferação de gripe, Covid, diarreia e micoses", afirma.
O estudo foi realizado em duas academias de Juiz de Fora (MG), uma pública e a outra privada. A amostra foi selecionada de forma aleatória.
A primeira academia atende alunos, profissionais e membros da comunidade de uma universidade. A segunda, tem foco em atividades de promoção da saúde e participação ativa dos usuários.
A coleta de dados foi realizada entre outubro e dezembro de 2023, no período da tarde.
Ao todo, foram realizadas 120 avaliações em 48 equipamentos diferentes. Foram incluídos equipamentos de treino com alta rotatividade e frequentemente tocados pelas mãos.
Alvim enfatiza que as academias têm a responsabilidade de fornecer os produtos necessários para a higienização correta das mãos e equipamentos, além de orientar os usuários sobre como realizar a limpeza após o uso.
Além disso, argumenta que os usuários têm "um papel fundamental" no processo e recomenda o uso de toalhas individuais.
"A nossa pesquisa mostrou que, se os protocolos de limpeza fossem seguidos rigorosamente, os dados que obtivemos seriam bem diferentes", disse.
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