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São Paulo pode ter mais 250 UTIs, diz prefeitura, mas vagas podem acabar em um mês

Cidade usa menos leitos intensivos do que tinha em outubro, mas número tem aumentado

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São Paulo

A prefeitura de São Paulo diz que pode aumentar o número de leitos de UTI dos atuais 1.150 para 1.400, contadas as camas de hospitais municipais e as contratadas de outras instituições. Nos dias de maior oferta de capacidade de tratamento intensivo, entre setembro e outubro do ano passado, chegou a haver 1.290 vagas. É o que diz o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.

Nesta sexta-feira (5), estavam internadas 871 pessoas em UTIs da rede municipal. Desde agosto de 2020, de 20% a 23% dos atendidos são pacientes de fora da cidade, em fuga dos colapsos de municípios do interior e da região metropolitana.

No ritmo atual de crescimento do número de internações (média de 16 por dia, no fim da semana mais recente), as unidades de terapia intensiva estariam lotadas em 19 dias. Com a expansão da capacidade para 1.400, lotariam em 34 dias. Mas isso é mera aritmética.

O número de internações tem se acelerado desde 24 de fevereiro. Para piorar, o número médio de dias de que um doente de Covid-19 fica em terapia intensiva passou de 8 para 12 desde fevereiro, o que diminui a oferta efetiva de leitos.

Aparecido diz que vai ser mais difícil agora ampliar o número de leitos, pois hospitais privados haviam desativado UTIs e as disponíveis estão muito mais lotadas do que as da prefeitura, que se transforma assim em último recurso da cidade.

De imediato, vai contando os leitos que espera abrir. “No M’Boi, temos 90, mas podemos chegar a 204 em uma semana. No Parelheiros eu ‘viro’ 40. No São Luiz Gonzaga, mais 10. Guarapiranga, mais 20. Vila Maria, mais 10”, citando hospitais municipais.

Para cada dez leitos é preciso arrumar também uma equipe de profissionais de saúde.

A fim de conter a onda de internações em UTI, a cidade trabalha também com uma solução atenuante de sintomas e de lotação. Enquanto possível, pacientes são tratados com ventilação mecânica, por exemplo em UPAs, Unidades de Pronto Atendimento, capazes de atender procedimentos de média complexidade.

Aparecido diz que a rede municipal ainda não tem dados objetivos para entender o motivo da explosão de casos, se provocados por novas variantes ou por circulação e aglomeração de pessoas. Há pistas, como o número de dias de internação em UTI e idade de pacientes, mas falta pesquisa sorológica. A prefeitura pretende fazer um acordo com a Fapesp, a fundação paulista de apoio à pesquisa, a fim de investigar esta onda da doença.

O epidemiologista Paulo Lotufo, professor de medicina da USP, acredita que se tem dado ênfase excessiva às novas variantes e menos atenção a aglomerações, circulação de pessoas e modo de evita-las (por exemplo, por meio de auxílios econômicos). Anda não está convencido da preponderância do efeito das novas variantes –ao contrário.

A prefeitura ainda tenta comprar vacinas. Conversou com a Pfizer e com a Janssen, mas não pode fechar nada porque essas empresas tratavam de fechar acordos de exclusividade com o governo federal, que, no entanto, ainda não fechou contratos, impedindo, portanto, novas negociações.

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