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Descrição de chapéu Coronavírus

Gestão Doria recua e diz que deputados não tentaram invadir UTI

Secretaria havia acusado Kim Kataguiri, Mamãe Falei e Mellão de colocar pacientes em risco

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Gonçalves (MG) e São Paulo

Depois de acusar o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e os deputados estaduais Ricardo Mellão (Novo-SP) e Arthur do Val (Patriotas), o Mamãe Falei, de invadirem o Hospital Geral de Guarulhos, na Grande São Paulo, a gestão de João Doria (PSDB) recuou e classificou o episódio como "mal entendido".

A presença dos parlamentares na unidade se deu na tarde de sexta-feira (16) e foi tratada inicialmente pela Secretaria Estadual de Saúde como uma "invasão que colocou em risco pacientes e profissionais da saúde”.

Imagens das câmeras de segurança mostram comitiva de parlamentares no Hospital Geral de Guarulhos - Reprodução

A pasta chegou a divulgar a movimentação, gravada por câmeras de segurança, nas redes sociais. De acordo com o comunicado do governo de São Paulo, os parlamentares “invadiram o pronto-socorro e tentaram acessar à força a área restrita do hospital para atendimento a casos graves de Covid-19”.

No fim da tarde deste sábado (17), no entanto, a pasta mudou seu posicionamento. "Após análise das imagens do mal entendido, notou-se que não houve tentativa de acesso ao espaço da UTI do Hospital. A Secretaria reforça ainda que a visita de parlamentares em meio a uma pandemia não é recomendável."

A comitiva chegou ao hospital por volta das 15h51 de sexta. As imagens mostram os parlamentares de máscara no rosto acompanhados de seus assessores, que gravaram a presença deles já no interior da unidade.

Em resposta aos questionamentos feitos pela Folha na manhã de sábado, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que a visita dos parlamentares não foi agendada e que a direção do hospital optou por não registrar um boletim de ocorrência na polícia sobre o fato porque "priorizou o diálogo para resolver a situação".

O deputado estadual Arthur do Val, que conduziu a fiscalização acompanhado de Kataguiri e Mellão, além do vereador de Guarulhos Lucas Sanches (PP-SP), respondeu ao novo posicionamento da secretaria no Twitter. "Obrigado pela honestidade", escreveu. O parlamentar negou desde o princípio que a visita tenha sido tumultuada.

Em esclarecimento compartilhado nas redes sociais, ele afirmou que a comitiva foi bem recebida e que, ao final, fez uma salva de palmas em homenagem ao bom trabalho dos profissionais de saúde desempenhado no local. "Em nenhum momento nós usamos de grosseria, de violência", disse.

O parlamentar ainda negou que a fiscalização tenha adentrado áreas destinadas à UTI e ao tratamento de pacientes com Covid-19. "Em nenhum momento, quando eles disseram 'aqui não pode entrar', nós entramos", disse em vídeo.

"O que a gente quer com isso? Em primeiro lugar, fazer o que o [presidente Jair] Bolsonaro não faz, que é fiscalizar. Em segundo lugar, mostrar como devem ser feitas as fiscalizações. Não é pela porta, não é chegando lá igual vândalo. Não. De maneira calma, sensata, educada, com respeito a esses profissionais", continuou.

O pronunciamento foi compartilhado por Kim Kataguiri. "Hoje lamentavelmente fomos acusados pela Secretaria de Saúde de SP de ter invadido um hospital público em Guarulhos. É bizarro que, no meio de uma pandemia, a pasta dedique seu tempo para espalhar mentiras na internet", comentou o deputado federal.

À Folha, Arthur do Val afirma que a divergência entre sua versão e a da secretaria é fruto de "má intenção". "Eles sabem que estão sendo fiscalizados e partem para uma tática de guerra. O PSDB faz isso o tempo todo. Mas em breve a gente vai saber a verdade, que eu vou postar o vídeo inteiro e aí todo mundo vai saber o que aconteceu", diz o parlamentar.

Por meio de nota, o deputado Ricardo Mellão endossa Arthur do Val. "A visita se restringiu a conferir o prontuário de presença dos médicos, o atendimento à população e os itens do almoxarifado. Tenho como rotina de trabalho como deputado fiscalizar equipamentos públicos, como já fiz em diversas ocasiões", diz. "Entendo que visitas-surpresa geram desconforto, peço desculpas pelo mal-entendido, faço um elogio ao trabalho dos profissionais do hospital e lamento a forma como o episódio foi tratado pela secretaria da Saúde", segue Mellão.

No ano passado, as invasões a hospitais públicos e de campanha chegaram a ser estimuladas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que também defendeu a realização de filmagem das instalações.

Na capital paulista, cinco deputados estaduais invadiram o hospital de campanha no Anhembi, causando tumulto no local. O episódio também se repetiu no Hospital Estadual Dório Silva, na região metropolitana de Vitória (ES), e em um hospital de campanha no município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

O Hospital Geral de Guarulhos contava, até esta sexta, com 60 pacientes internados em estado grave por causa das complicações da Covid-19 —sendo 27 em enfermaria e 33 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

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