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Dose de reforço contra variante ômicron pode sair em março, diz presidente da Moderna

Laboratório trabalha em vacina polivalente que incluiria até quatro cepas do coronavírus

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Michael Erman Julie Steenhuysen
Nova York | Reuters

O laboratório farmacêutico Moderna poderá ter uma vacina de reforço contra Covid-19 visando a variante ômicron testada e pronta para solicitar a autorização dos Estados Unidos em março, informou a direção da empresa na quarta-feira (1).

O presidente da Moderna, Stephen Hoge, disse acreditar que doses de reforço contendo genes que visam especificamente mutações da variante ômicron, recém-descoberta, seriam a maneira mais rápida de lidar com reduções previstas na eficácia da vacina que a variante possa causar.

Pessoa segura frasco da vacina da Moderna. O laboratório vê a possibilidade de desenvolver uma dose de reforço visando a nova variante ômicron - Mike Segar - 17.fev.2021/Reuters

"Já iniciamos esse programa", disse ele à agência Reuters.

A companhia também está trabalhando em uma vacina polivalente que incluiria até quatro variantes diferentes do coronavírus, incluindo a ômicron.

Isso poderá levar mais vários meses, segundo Hoge.

Os Estados Unidos identificaram seu primeiro caso de Covid-19 causado pela variante ômicron na Califórnia, disseram os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês) na quarta.

A ômicron, considerada uma "variante de preocupação" pela Organização Mundial da Saúde, está sendo estudada para ver se é mais contagiosa ou causa doença mais grave do que outras variantes e se pode escapar das vacinas atuais.

Dada a orientação anterior da Agência de Alimentos e Drogas (FDA), que exigiu testes clínicos intermediários, Hoge disse que o processo poderá durar de três a quatro meses.

"Os reforços específicos para a ômicron, realisticamente, não são para antes de março, e talvez mais no segundo trimestre", disse Hoge, a menos que a FDA mude a orientação sobre quais informações serão necessárias para dar a autorização.

A Moderna poderia fabricar a vacina enquanto realiza os testes, afirmou Hoge, e assim a teria pronta para ser lançada o mais rápido possível.

Ele explicou que a FDA está avaliando a ameaça à proteção vacinal representada pela nova variante. A agência poderia apresentar um cronograma mais rápido, semelhante à forma como aprova vacinas contra a gripe, ao aprovar mudanças nas cepas de gripe, o que reduziria o cronograma em três a quatro meses.

Nos Estados Unidos, as vacinas contra a gripe licenciadas podem ser atualizadas a cada temporada, substituídas por novas cepas do vírus com maior probabilidade de causar a doença na próxima temporada de gripe, sem necessidade de grandes ensaios clínicos randomizados.

Com base no padrão de mutações visto na variante ômicron, algumas das quais comprovadamente reduziram a eficácia da vacina em estudos de laboratório, Hoge disse: "Esperamos que haja um impacto".

Ainda não está claro qual será o grau de redução da eficácia das vacinas atuais para a variante ômicron, mas poderá ser significativo, Hoge supôs.

Ômicron preocupa por causa do seu grande número de mutações na proteína S, podendo diminuir a eficácia das vacinas contra a variante - Dado Ruvic - 17.nov.2021/Reuters

"As mutações que anteriormente levaram às maiores quedas de eficácia foram observadas na delta e na beta. E todas essas também apareceram na ômicron", disse Hoge.

"Então a questão aqui é: teremos um desempenho semelhante ao da delta? Teremos um desempenho semelhante ao da beta? Ou teremos um múltiplo cruzamento das duas? Acho que esse último cenário é o que mais preocupa as pessoas", disse ele.

Hoge afirmou que a empresa está testando para ver se as pessoas totalmente vacinadas com a vacina da Moderna estão protegidas contra a variante, assim como aquelas que receberam as doses de reforço de 50 microgramas e 100 microgramas do imunizante.

"Ainda acredito que as vacinas existentes serão capazes de pelo menos desacelerar, ou mesmo deter completamente, a variante ômicron", disse.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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