A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse na sexta-feira (13) que aprovou a vacina de Mpox da Bavarian Nordic, a primeira vacina desse tipo a ser aprovada pela agência para conter a propagação da doença em países africanos gravemente afetados.

A aprovação, conhecida como pré-qualificação, ocorre à medida que uma nova cepa do vírus se espalha da República Democrática do Congo (RDC), onde o surto atual começou no início de 2023, para vários países vizinhos.

"Esta primeira pré-qualificação de uma vacina contra mpox é um passo importante em nossa luta contra a doença, tanto no contexto dos surtos atuais na África, quanto no futuro", disse o Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A pré-qualificação abre caminho para que os países em desenvolvimento tenham acesso à vacina, já que a maioria dessas nações não possui recursos para realizar verificações rigorosas sobre a segurança e eficácia das vacinas. As agências da ONU também dependem desse processo antes de comprar produtos médicos.

A vacina da Bavarian Nordic, conhecida como Jynneos nos Estados Unidos, foi originalmente aprovada como uma vacina contra a varíola. Algumas doses foram doadas ao Congo, onde a primeira rodada de imunizações está prevista para começar no início de outubro.

"A evidência que temos agora é que é importante que aproveitemos isso (a vacina) para proteger nossa população", disse Dimie Ogoina, presidente do comitê de emergência de Mpox da OMS, antes da aprovação.

Ele ressaltou, no entanto, que as vacinas não são uma "bala de prata" e que outras medidas de saúde pública, como testagem e rastreamento de contatos, são importantes. O público também precisa ser informado de que algumas incógnitas permanecem, incluindo por quanto tempo a proteção contra mpox dura, disse ele.

Uso off-label em crianças

A Bavarian Nordic disse que a vacina foi aprovada para imunização contra varíola, Mpox e infecções e doenças relacionadas a ortopoxvírus em adultos com 18 anos ou mais.

A empresa de biotecnologia dinamarquesa disse que pode fornecer 13 milhões de doses da vacina até o final de 2025.

No entanto, a vacina pode ser usada off-label (isto é, quando não é o indicado em bula) em bebês, crianças e adolescentes, e em pessoas grávidas e imunocomprometidas em cenários de surto, onde os benefícios da vacinação superam os riscos potenciais.

A RDC disse que não vacinará crianças na primeira fase da campanha de vacinação.

Uma segunda vacina fabricada pela K M Biologics do Japão, que também está sob revisão da OMS, pode ser usada em crianças, embora não esteja disponível fora do Japão e exija agulhas especiais para administração.