Descrição de chapéu Mpox

República Democrática do Congo espera receber doses da vacina contra Mpox na quinta-feira (5)

País espera iniciar a primeira onda de vacinação no próximo dia 8 de outubro

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Sonia Rolley Jennifer Rigby
Reuters

A República Democrática do Congo espera receber sua primeira entrega de doses da vacina Mpox na quinta-feira (5) e uma segunda entrega no sábado (7), disse o chefe da resposta ao surto de Mpox do país nesta quarta-feira (4).

Congo é o epicentro de um surto da doença que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou ser uma emergência de saúde pública global no mês passado, mas os esforços para conter a propagação da doença foram prejudicados pela falta de vacinas.

Profissional de saúde aplica medicamento em lesões de Mpox em uma criança no centro de saúde Munigi, no território Nyiragongo, próximo a Goma na República Democrática do Congo
Profissional de saúde aplica medicamento em lesões de Mpox em uma criança no centro de saúde Munigi, no território Nyiragongo, próximo a Goma na República Democrática do Congo - Arlette Bashizi/Reuters

"Vamos receber o primeiro lote em 5 de setembro e um segundo em 7 de setembro", disse o chefe da resposta, Cris Kacita, à Reuters, sem fornecer mais detalhes sobre o número de doses ou o fornecedor.

A chegada da vacina ajudaria a abordar uma grande desigualdade que deixou os países africanos sem acesso às duas doses usadas durante a epidemia de 2022, enquanto estavam amplamente disponíveis na Europa e nos Estados Unidos. Washington e Bruxelas prometeram dezenas de milhares de doses de uma vacina fabricada pela Bavarian Nordic e disseram que poderiam ser entregues em breve.

Kacita disse, na segunda-feira (2) que o Congo espera iniciar a primeira onda de vacinação em 8 de outubro, mas que isso dependeria de receber as vacinas esta semana.

As autoridades de saúde enfrentam um grande desafio ao lançar a campanha vital em um país tropical do tamanho da Europa Ocidental. As doses devem ser mantidas a uma temperatura de -90ºC e as comunidades podem ser cautelosas em participar.

"A vacina não será distribuída assim que for recebida", disse Kacita, explicando por que levaria cerca de um mês desde a entrega até o lançamento da campanha.

"Precisamos comunicar para que a população aceite a vacinação", disse ele, acrescentando que as seis províncias-alvo têm capacidade para armazenar as doses na temperatura necessária.

Maria Van Kerkhove, diretora interina de prevenção de epidemias e pandemias da OMS, disse que esse é o foco principal da agência ao apoiar a resposta do Congo.

"Devemos considerar a comunicação sobre quem receberá [as vacinas] primeiro", disse ela, alertando que a desinformação em torno das vacinas é "bastante difundida".

Os números de doses ainda são limitados, disse ela, então, inicialmente, as imunizações serão focadas nos contatos de casos conhecidos.

As crianças estão em alto risco de Mpox, mas a vacina da Bavarian Nordic não tem autorização para uso nesta faixa etária. No entanto, Van Kerkhove disse que a OMS recomenda seu uso em surtos para crianças quando os benefícios superam os riscos, e isso está atualmente em discussão no Congo.

Sintomas semelhantes a gripe

A Mpox geralmente causa sintomas semelhantes aos da gripe e lesões cheias de pus, e pode matar. Foram relatados 19.710 casos suspeitos de Mpox desde o início do ano no Congo até 31 de agosto, de acordo com o Ministério da Saúde do país. Desses, 5.041 foram confirmados e 655 foram fatais. O vírus mpox se espalha por contato próximo, incluindo contato sexual.

"A maior perda de vidas humanas está em áreas rurais. São áreas remotas onde não há suporte", disse um médico que trabalha na resposta do Congo e pediu para não ser identificado, pois não estava autorizado a falar com a mídia.

O médico expressou preocupação de que uma campanha bem-sucedida dependeria de vacinar aqueles nas proximidades de casos positivos confirmados, mas muitas áreas com casos suspeitos careciam dos recursos adequados.

"Não podemos ter laboratórios em lugares sem água ou eletricidade. Esta é a fraqueza da vigilância atual, a falta de capacidade para verificar casos suspeitos no laboratório", afirma.

Kerkhove, da OMS, diz que algumas áreas no Congo ficaram sem testes diagnósticos e pediu mais recursos para apoiar a resposta lá, bem como no vizinho Burundi, que também viu um aumento nos casos da nova cepa 1b nas últimas semanas. Ela afirma que as vacinas são apenas parte da resposta, e medidas como rastreamento de contatos e conscientização sobre prevenção também é fundamental.

Em uma mensagem de vídeo na quarta-feira, focada nas crianças que retornam à escola, o ministro da Saúde do Congo, Roger Kamba, disse que lavar as mãos e desinfetar móveis também eram importantes para interromper a propagação da Mpox.

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