Copa de Dados: Boa defesa é o que explica sucesso no mata-mata da Copa
Ter um percentual melhor de passes certos não garantiu vitória na fase de mata-mata
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Grande parte das transmissões de jogos pela TV, ainda mais na Copa, mostra estatísticas durante a partida. Posse de bola, número de finalizações, desarmes e por aí vai. São informações interessantes para se entender o jogo. Só é difícil tentar antever quem vai ganhar com base nesses números.
A Folha analisou o impacto de 68 indicadores em todas as partidas do Mundial. A ideia foi verificar quais deles foram significativamente diferentes entre quem venceu e quem perdeu.
Um que chama a atenção é o percentual de passes certos, indicador presente nas transmissões nesta Copa.
Ter um percentual melhor do que o adversário não garantiu vitória na fase de mata-mata. Pelo contrário. Em média, as equipes eliminadas tiveram até mais acertos do que as classificadas (81% e 79%, respectivamente).
Chutes certos de dentro da área ficaram na mesma situação. Os times que perderam a partir das oitavas de final tiveram desempenho até melhor nesse quesito.
Foi o caso da Argentina, que acertou 84% das finalizações contra a França. Os europeus tiveram apenas 67%, mas despacharam os sul-americanos.
Dos quatro indicadores que fizeram a diferença no mata-mata, três estão ligados à defesa. Ajudou a ganhar se o time roubou mais a bola, venceu duelos defensivos (dribles e divididas) e, claro, se o goleirão acertou nas defesas.
O jogo em que o Brasil foi eliminado pela Bélgica pode ilustrar bem essa situação. Foi a partida em que a equipe de Tite mais finalizou e mais acertou passes na competição. Mas o rival ganhou mais duelos na defesa (38%, contra 27%).
No segundo gol belga, nenhum brasileiro conseguiu parar a arrancada do atacante Lukaku. Ele levou combate dos meios-campistas Fernandinho e Paulinho, passou por ambos e tocou para De Bruyne, que mandou para as redes.
Voltando ao percentual de passes certos, o indicador mostra o quão complexo pode ser tentar analisar partidas por meio dos números. O indicador não diferenciou vencedor de perdedor no mata-mata, mas diferenciou na fase de grupos.
Em resumo, as estatísticas ajudam a entender o perfil de jogo das seleções, mas têm limitações quando se busca definir quem está fazendo o certo.
Sem contar aquela bola na trave, que não entrou por questão de centímetros, ou os milésimos de segundos que faltaram para o atacante chegar e fazer o gol. O imponderável consegue derrubar qualquer estatística no futebol.
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