Descrição de chapéu Copa do Mundo

Audiência da Copa na TV aberta cresce dez pontos em relação a de 2014

Avanço no Mundial ocorreu em jogos da seleção brasileira na Grande São Paulo

Nelson de Sá
São Paulo

A audiência da Copa de 2018, nos jogos da seleção, foi cerca de dez pontos maior do que aquela alcançada em 2014, na TV aberta, na Grande São Paulo.

Quatro anos atrás, Globo e Band, as duas redes com direito de transmissão, alcançaram respectivamente 35,8 e 9,6 pontos de média de audiência, somando 45,4. Neste ano, a Globo, que agora transmite sozinha, alcançou 55,98 pontos. Cada ponto equivale a 201.061 espectadores.

Galvão Bueno foi novamente o principal narrador da Globo durante a Copa
Galvão Bueno foi novamente o principal narrador da Globo durante a Copa - Eduardo Knapp - 4.mai.2018/Folhapress

Para fazer a comparação, a Folha levantou os dados de cinco dos seis jogos do torneio realizado no Brasil, equivalentes aos cinco na Rússia. Os números, da Kantar Ibope Media, foram repassados por fonte que pediu para não ser identificada.

Em participação ("share") no total de televisores ligados, os percentuais pouco mudaram --antes 78,7%, agora 80,52%. Mas o crescimento no próprio total de ligados também foi de perto de dez pontos, de 57,6% para 69,5%.

Na Globo, os resultados com a transmissão da Copa na Rússia são explicados pelo diretor de Programação, Amaury Soares, em duas frentes: o trabalho realizado pela emissora e o impacto das partidas, como espetáculo.

A emissora cita dados nacionais do PNT (Painel Nacional de Televisão, da Kantar Ibope) e restritos à sua própria audiência, comparando todos os jogos transmitidos, até as semifinais: 23 pontos e 47% de participação em 2014, 26 pontos e 54% de participação em 2018.

"A dinâmica desta Copa foi muito curiosa", diz Soares. "Se é verdade que havia no brasileiro um desinteresse antes de seu início, como chegaram a apontar alguns institutos, ele foi superado já nos primeiros jogos."

Às vésperas da final, a emissora já tem um balanço. "Atribuímos as excelentes e crescentes taxas de audiência à qualidade do nosso amplo projeto de cobertura e transmissão e aos resultados surpreendentes da competição."

Sobre o projeto de cobertura, disse que foi "um convite sedutor para que o público se aproxime de um país de cultura tão interessante e que tem como principal vitrine o estúdio de vidro, em todos os telejornais, que leva para dentro da Praça Vermelha".

Juntas, conclui o diretor, a diversidade na cobertura e a qualidade da competição "mantiveram os brasileiros diante da TV, inclusive depois da saída do Brasil".

Por outro lado, procurado para analisar os resultados dos jogos do Brasil, o consultor Flavio Ferrari, ex-diretor do próprio Ibope e do instituto GfK, afirma que "o patamar de 2018 é compatível com a audiência histórica do evento, 2014 é que foi um ano atípico". E cita duas hipóteses para explicar o desvio nos números de quatro anos atrás.

"O momento político, que pode ter provocado um afastamento do público, ou o fato de a Copa ser no Brasil, motivando a audiência coletiva [vários espectadores para um só televisor], que impacta a medição domiciliar."

Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, a audiência até as quartas de final na rede Fox e no canal Fox Sports caiu 32% em relação à transmissão do evento em 2014, feita pela rede ABC e pelo canal ESPN.

A transmissão em espanhol, feita pela rede Telemundo nos EUA, também caiu em relação à transmissão de quatro anos antes, pela Univision. O resultado negativo é creditado à ausência da seleção americana, que não se classificou.

A assessoria da Fox informou, por outro lado, que a receita publicitária com a Copa da Rússia deverá ultrapassar o resultado obtido com o Mundial no Brasil.

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