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Futebol Internacional

O que significa Messi alcançar Pelé em gols oficiais por um clube

É justo entender como os tempos mudam e a importância das coisas também se altera

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Paulo Vinicius Coelho

O maior artilheiro da história do futebol é Pelé: 1.283 gols. Por um só clube também é Pelé: 1.091 gols pelo Santos. Mas, a partir deste sábado (19), a Europa dirá que Lionel Messi é o maior pela soma de seus gols em jogos de competição por um único time.

O argentino alcançou 643 gols com a camisa do Barcelona ao marcar de cabeça diante do Valencia, empate em 2 a 2.

A lista do Rei inclui 448 em amistosos. Quer dizer que, pelo Santos, somando Libertadores, Campeonato Brasileiro, regionais e Mundial de Clubes, Pelé também fez 643.

Informação certa nunca é supérflua e não será necessário brigar com os fatos só para defender os feitos da década de 1960, em comparação com os méritos do craque argentino.

Mas é justo sempre entender como os tempos mudam e a importância das coisas também se altera. Por longos períodos, as estatísticas europeias não somavam os gols marcados em estaduais.

Era como se, por não serem torneios nacionais, os campeonatos Paulista e Carioca não tivessem importância. Tinham. Por décadas, torcidas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo festejaram muito os títulos que hoje são chamados de inexpressivos.

Naqueles anos 1960, o Santos trazia boa parte de sua receita da coleção de jogos e gols de Pelé em amistosos ao redor do planeta. Não havia direitos de TV, nem patrocinadores de camisa, e a renda vinha mesmo dos jogos internacionais.

Solucionar a pendenga é simples. Pelé marcou 1.283 gols na carreira, dos quais 762 em partidas oficiais. Pelo Santos, 1.091 gols, 643 em jogos de competição. Só que os amistosos tinham outro valor, não de preparação, mas de arrecadação.

Também é difícil explicar para quem não viveu aquela época que os jogos da seleção paulista tinham outro peso.

Telão destaca marca de 643 gols marcados por Lionel Messi pelo Barcelona - Albert Gea/Reuters

Messi alcança Pelé como maior goleador da história por um só clube –em partidas oficiais–, e em semanas deve acontecer de Cristiano Ronaldo também superar o Rei.

O português tem atualmente 757 marcados em jogos oficiais, clubes diversos e também seleção. A conta atribui a Pelé 762, sem amistosos nem jogos de seleções estaduais. A lógica é a mesma. Os amistosos de Pelé valiam muito.

No caso de Cristiano Ronaldo, há um dado irrefutável a seu favor. Ele já é o maior goleador de seleções europeias, com os 102 gols anotados por Portugal.

Pelé marcou 77 pelo Brasil. Alguém dirá 95.

Nesse caso parece diferente, e a vantagem é mesmo de Cristiano. Porque há décadas a Fifa mantém o critério de só considerar jogos de seleções A contra seleções A. Brasil x Alemanha conta, seja oficial ou amistoso. Portugal x França, idem. Mas Brasil x Bahia, Brasil x seleção pernambucana, Brasil x Atlético de Madrid não contam.

Valem, claro, para a lista dos 1.283 gols do Rei. Mas não valem para a contabilidade dos recordistas pela seleção brasileira. O que é justo é justo.

À parte os números oficiais –e os de amistosos–, Pelé é Rei.

Ser Rei é chegar aos 80 anos, passando 60 deles ouvindo que Di Stéfano pode ter sido melhor do que Pelé, Maradona pode ter sido superior a Pelé, Messi e Cristiano Ronaldo podem ser mais goleadores do que Pelé.

Nestes 60 anos, a referência sempre foi Pelé.

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