Siga a folha

Bonucci e Chiellini resgatam espírito vencedor da Itália com bi da Eurocopa

Jovem Donnarumma ajuda veteranos ao defender dois pênaltis na vitória sobre a Inglaterra

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Maceió

Os zagueiros Chiellini, 36, e Bonucci, 34, nunca desistiram. Juntos somam 70 anos e só um título representando a Itália, justamente o deste domingo (11), que calou a torcida inglesa em Wembley após o 1 a 1 no tempo normal e a vitória nas cobranças de pênaltis. Coube a Chiellini levantar a taça, mas foi Bonucci quem lembrou aos italianos a nunca desistir.

Os dois se negaram a se acostumar com as derrotas ao longo dos anos, embora elas fossem muitas. Eliminações na primeira fase das Copas do Mundo de 2010 e 2014, ausência em 2018, derrota na final da Euro para a Espanha em 2012, por 4 a 0, no maior placar da competição.

Os veteranos desta vez contaram com a ajuda de um jovem goleiro para colocar a Itália de volta no caminho das conquistas. Donnarumma, 22, garantiu seu nome na reconstrução italiana. Prodígio desde que estreou no Milan, o goleiro defendeu duas cobranças de pênalti e garantiu o título para a sua seleção, assim como Buffon na Copa do Mundo de 2006.

Italianos levantam a taça e comemoram o bicampeonato europeu - Michael Regan/Reuters

Guerreiros e remanescentes dessas campanhas, a dupla de zaga é a espinha dorsal da reestruturação iniciada pelo ex-atacante e hoje técnico Roberto Mancini. À beira da prorrogação, Chiellini usou da experiência para puxar Saka, que iria como um foguete para o ataque, ao ver Bonucci cansado.

A bola passou por muitos nomes, como Jorginho, o dono do meio de campo da Itália, que continuou na partida apesar de dores no joelho. Verratti compensou na defesa, e Emerson Palmieri cresceu na ausência de Spinazzola.

Do lado inglês, o atacante Harry Kane só teve o nome anunciado ao dar o passe que iniciou a jogada do gol de Shaw, aos 2 minutos do primeiro tempo. Bonucci empatou a partida após confusão em jogada de escanteio, aos 21 do segundo tempo.

E por mais que esse time de Mancini tenha a força do ataque, o melhor da competição, foi a defesa que desestruturou todas as ideias de Gareth Southgate, que já conhece o sentimento de silenciar Wembley. Há 25 anos, ele desperdiçou o pênalti que classificaria a Inglaterra à final da Euro. Hoje, perdeu a final à beira do campo.

Eram 7 mil torcedores italianos contra 60 mil ingleses na arquibancada, o maior público da Eurocopa. No Reino Unido, mais da metade da população (66%) recebeu duas doses da vacina contra a Covid-19, enquanto 87,1% recebeu a primeira, de acordo com o governo.

Para estar na arquibancada, os torcedores precisaram apresentar teste PCR negativo.

Antes da partida, os ingleses encheram as ruas e comemoraram. O sentimento de chegar a uma final inexistia para a maioria deles –a última havia sido em 1966, contra a Alemanha, e garantiu o título da Copa do Mundo em Wembley.

O futebol reservou, no entanto, o mesmo destino às duas seleções que mandaram seus jogos em casa neste fim de semana. Enquanto o Brasil sofreu um segundo Maracanazo, desta vez contra a Argentina, a Itália brincou com a música inglesa, "It's Coming Home" (está indo para casa), e transformou-a em "It's Coming Rome" (está indo para Roma).

Ao final do jogo, foi possível ver e ouvir Bonucci gritar o trecho para uma das câmeras de TV. Ele que, além do gol de empate, confirmou sua cobrança nas penalidades.

Luke Shaw segundos antes de abrir o placar para a Inglaterra em Wembley - Andy Rain/Reuters

Nas cobranças de pênalti, os italianos se assustaram ao ver que Belotti teve a cobrança defendida por Pickford.

No entanto, o roteiro de uma tragédia inglessa em casa resolveu se repetir à risca. Rashford demorou demais para bater na bola e até deslocou Donnarumma, mas mandou na trave. Na cobrança seguinte, Sancho, que também entrou em campo somente para as cobranças, mandou com força, mas viu Donnarumma acertar o canto.

Foi o ítalo-brasileiro Jorginho para a última bola. Como contra a Espanha, na semifinal, tranquilo. Desta vez, porém, ele perdeu.

Coube a Donnarumma garantir o título. Ele defendeu o chute de Saka e manteve viva "a maldição de Southgate".

O triunfo consolida um novo momento do futebol italiano, de jovens talentosos com a bola nos pés, que jogam um futebol diferente do que se viu na seleção nos últimos anos, liderados por veteranos que não desistem nunca.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas