Inglaterra vence primeira semifinal desde 1966 e enfrenta Itália pelo título da Euro

Sterling sofreu pênalti contestável e Kane desperdiçou a cobrança, mas aproveitou o rebote

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Maceió

O futebol, como diz a música, pode voltar para casa. A Inglaterra venceu a Dinamarca por 2 a 1 nesta quarta-feira (7), em Wembley, e disputará a final da Eurocopa contra a Itália. O jogo foi definido somente na prorrogação, com gol de Harry Kane, que teve pênalti defendido, mas aproveitou o rebote de Schmeichel para marcar. Antes do tempo extra, Damsgaard e Kjaer, contra, balançaram a rede.

O lance do pênalti gerou muita reclamação. Enquanto driblava dentro da grande área, Sterling caiu ao receber um contato leve da zaga dinamarquesa, e o árbitro assinalou a penalidade. A jogada foi analisada pelo VAR, mas o árbitro de vídeo não interfere muito em lances da Euro e a marcação de campo foi mantida.

O público presente foi o maior da competição até aqui, com 64.950 pessoas. A Inglaterra quebrou uma sequência de quatro eliminações em semifinais, somando edições da Copa do Mundo e da Eurocopa, e joga a sua primeira final desde 1966, quando foi campeã do mundo também no estádio de Wembley, em Londres.

Harry Kane comemora o gol que deu a primeira classificação da Inglaterra a uma final de Euro
Harry Kane comemora o gol que deu a primeira classificação da Inglaterra a uma final de Euro - Laurence Griffiths/Reuters

A partida contra a Itália, que eliminou a Espanha nos pênaltis na terça-feira (6), será disputada no próximo domingo (11), às 16h (de Brasília). Enquanto a ofensividade será a novidade do lado italiano, os ingleses se apoiam justamente em sua defesa, a menos vazada da competição, com somente um gol sofrido até aqui. A defesa inglesa é montada com quatro jogadores, que recebem o apoio dos meias Rice e Philips, além do ataque com Kane e Sterling, os mais perigosos do time.

Os italianos estavam distantes de finais desde 2012, quando foram derrotados pela Espanha por 4 a 0, também na Euro. Com um time mais ofensivo e remodelado depois da ausência na Copa do Mundo de 2018, a equipe treinada por Roberto Mancini quer recuperar a glória internacional.

Já para o técnico inglês Gareth Southgate, a ida à final da Eurocopa exorciza um dos seus maiores fantasmas. Ele era zagueiro do time na edição de 1996 da competição e falhou na última cobrança de pênalti contra a Alemanha, na semifinal, exatamente em Wembley.

Na ocasião, o torneio era organizado pelos ingleses, criadores do futebol, daí o slogan e a música "Football's coming home" ("O futebol está voltando para casa"). Desta vez, a disputa foi espalhada pela Europa, em celebração aos 60 anos da Euro, mas os jogos derradeiros têm sido em Londres. E os donos da casa têm mais uma chance.

Quando Harry Kane e Kjaer se cumprimentaram em campo antes de a bola rolar, o atacante inglês entregou uma camisa do Tottenham com o nome de Christian Eriksen, que sofreu um infarto em campo no primeiro jogo da Euro, para o dinamarquês. Nela, estavam as assinaturas dos jogadores da Inglaterra.

Na final, marcada para domingo (11), Eriksen estará na arquibancada junto aos médicos que o salvaram. Em campo, não verá seus companheiros, mas os dois melhores times da competição até aqui.

Cobrança de falta de Damsgaard abriu o placar do jogo e quebrou recorde conquistado por Pickford um minuto antes
Cobrança de falta de Damsgaard abriu o placar do jogo e quebrou recorde conquistado por Pickford um minuto antes - Laurence Griffiths/Reuters

E verá um time inglês em uma decisão após 55 anos. Desde o título mundial de 1966, a Inglaterra acumulou fracassos nos principais torneios, caindo em diferentes semifinais diante de Iugoslávia (1968, Eurocopa), Alemanha (1990, Copa do Mundo, e 1996, Eurocopa) e Croácia (2018, Copa do Mundo).

Já a Dinamarca esperava repetir o bom momento de 1992, quando foi campeã da Euro. A edição de 2021 do campeonato foi a quarta em que a equipe chegou às semifinais —e a terceira em que foi eliminada.

No jogo, o goleiro inglês Pickford conseguiu bater o recorde de Gordon Banks em minutos sem levar gols. Um minuto depois, em cobrança de falta de Damsgaard, o goleiro foi vazado.

Schmeichel defendeu pênalti cobrado por Kane, mas sofreu o gol no rebote
Schmeichel defendeu pênalti cobrado por Kane, mas sofreu o gol no rebote - Paul Ellis/Reuters

A partida começou morna. A Inglaterra tinha mais controle, enquanto a Dinamarca estava se fechando no esquema proposto pelo técnico Kasper Hjulmand. O primeiro gol do jogo veio aos 28 minutos, em cobrança de falta do dinamarquês Damsgaard. A Inglaterra se recuperou em seguida em passe em profundidade de Kane para Saka, que cruzou para o meio de área na direção de Sterling. Kjaer tocou na bola primeiro e fez contra.

No segundo tempo, a Inglaterra conseguiu se impor em campo, controlando as ações e impedindo avanços da Dinamarca, e só foi parada em boas defesas do goleiro Schmeichel. Cansados, os dinamarqueses tentaram fortalecer o meio de campo para segurar o ímpeto inglês, que pressionaram principalmente nos últimos minutos.

Schmeichel, goleiro da Dinamarca, segurou boas chances dos ingleses
Schmeichel, goleiro da Dinamarca, segurou boas chances dos ingleses - Justin Tallis/Reuters

O panorama se repetiu na prorrogação, mas Sterling sofreu o contestado pênalti no fim do primeiro tempo e Kane cobrou. Schmeichel defendeu, rebatendo para a frente, nos pés do atacante, que converteu e conseguiu garantir a classificação para a Inglaterra. No segundo tempo, a Dinamarca tentou se recuperar, sem sucesso.

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