Siga a folha

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Clubes liderados pelo grupo Futebol Forte definem nova proposta para entrar na Libra

Equipes tentam reduzir diferenças nas propostas de divisão das cotas de TV e patrocínios

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Em reunião realizada nesta segunda-feira (16) no Rio de Janeiro, representantes do grupo Futebol Forte e de outros clubes das Séries A e B do futebol brasileiro definiram uma proposta para se unirem à Libra, nova liga de clubes do país.

O encontro foi marcado por discussões acaloradas e ressentimentos com os times que já assinaram com o movimento que busca reorganizar a modalidade no Brasil. De acordo com dirigentes ouvidos pela Folha que pediram para não serem identificados, há um claro descontentamento com a forma como a nova liga saiu do papel.

No entendimento de alguns clubes, os atuais signatários da Libra estão tentando controlar a liga. Causou irritação, sobretudo, o fato de uma parte deles já ter conversado com o Grupo Globo sobre os direitos de transmissão do torneio a partir de 2025.

O advogado Flavio Zveiter, um dos responsáveis pela redação do estatuto, teve um encontro com Paulo Marinho, presidente do conglomerado, e tratou sobre o interesse em comprar os jogos da Libra. O atual contrato de televisionamento, que tem a Globo como compradora, termina em 2024.

Reunião entre clubes das Séries A e B e o movimento "Futebol Forte", no Rio de Janeiro - Igor Siqueira/UOL

Em nota, a Globo diz que estará aberta ao diálogo com todos os clubes e a favor de novas iniciativas no futebol brasileiro, mas que não manteve nenhuma negociação formal.

"Enquanto houver a indicação de que os clubes desejam uma negociação centralizada, aguardaremos a decisão sobre o novo formato de liga e de gestão coletiva dos direitos da Série A do Brasileiro", afirma a emissora.

A proposta definida na reunião desta segunda trata, principalmente, da divisão de todo o dinheiro que será arrecadada pela liga com direitos de televisão, cotas de patrocínios e outras receitas.

As 25 equipes que se reuniram definiram um modelo no formato 45-30-25. Nesse caso, 45% de tudo o que fosse arrecadado seria dividido de maneira igualitária, 30% de acordo com a classificação final e 25% dentro de uma equação que considera exposição de mídia, jogos transmitidos e outras variáveis.

O formato representa uma redução na ideia inicial. Em princípio, o Futebol Forte queria que a repartição fosse na proporção de 50-25-25.

A proposta é assinada pelos seguintes clubes: América-MG, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Athletico-PR, Atlético-MG, Coritiba, Cuiabá, Juventude, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Chapecoense, Brusque, CSA, CRB, Náutico, Criciúma, Guarani, Londrina, Operário, Sampaio Corrêa, Sport e Vila Nova

Do lado dos clubes que já fecharam com a Libra, há resistência em abrir mão do modelo 40-30-30, similar ao atual acordo com o Grupo Globo. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, está entre os dirigentes que não querem mudar essa divisão.

No entanto, já há um movimento, também, para a busca por um consenso sobre o assunto para avançar logo dessa fase e começar a negociação para a criação definitiva da liga. Os clubes já contrataram uma empresa para negociar em nome deles e devem ter uma reunião com todos os times para tratar do tema em data ainda a ser definida.

Além do time alviverde, Corinthians, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino, Ponte Preta, Botafogo, Vasco e Flamengo já assinaram com a Libra.

A busca por um consenso entre os dois grupos representa um avanço no tortuoso caminho trilhado para a criação da liga.

As divergências começaram logo no primeiro encontro ocorrido em São Paulo, no início do mês. Diversos clubes das Séries A e B disseram que receberam um convite com pouca antecedência para participar do encontro e, quando chegaram lá, encontram um estatuto pronto.

Todos foram avisados de que o texto não deveria ser discutido. Isso irritou profundamente a maioria dos dirigentes presentes.

Pior do que isso, foi descobrir, segundo três dirigentes disseram à Folha, foi constatar que o estatuto não previa como será feita a divisão dos recursos quando a liga for implantada.

Um dos cartolas ironizou à reportagem o texto. Considerou ter recebido um "bolo pronto".

O movimento "Futebol Forte" considerou a ação como uma imposição dos clubes paulistas juntos com o Flamengo para ter o controle da liga. O maior temor era justamente uma divisão do tal bolo de forma que essas agremiações receberiam mais dinheiro do que as demais.

A posição dos clubes que já aderiram é que o importante é criar um fato político: a criação da liga e isso iniciaria a busca por investidores.

Enquanto já estão no mercado em busca de acordos e patrocínios, os clubes ainda terão um longo debate sobre uma proposta que possa unir os 40 clubes das Séries A e B do futebol brasileiro.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas