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Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Turistas contam com a ajuda de moradores de Doha para comprar cerveja

Embora não seja proibido beber, encontrar álcool exige esforço no Qatar

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Doha

Na corrida pelo álcool na Copa do Mundo, os prevenidos levaram vantagem. Torcedores com contatos no Qatar tiveram ajuda para estocar bebidas em seus apartamentos alugados para o Mundial.

A Folha conversou com dois turistas que estão no país por causa do futebol e uma residente do Qatar que os auxiliou a comprar e guardar álcool. Os nomes serão preservados a pedido dos entrevistados.

A cerveja se tornou o centro da polêmica do maior evento esportivo do planeta, que começa neste domingo (20), quando o Qatar enfrenta o Equador. Na última sexta-feira (18), a monarquia da nação árabe, por meio do Comitê Supremo para Entrega e Legado, decidiu banir a venda da bebida dentro dos estádios e em seus arredores.

Estandes da Budweiser ao redor do estádio Abdullah bin Khalifa, em Doha; monarquia qatari proibiu a venda de cerveja nos estádios da Copa do Mundo - Hannah McKay/Reuters

A Budweiser, patrocinadora oficial da Copa, pagou US$ 75 milhões (cerca de R$ 450 milhões) pelo direito de comercializar seus produtos. A empresa foi surpreendida pela decisão, embora o governo já tivesse dado ordem anterior para que os estandes da companhia norte-americana fossem movidos para locais menos visíveis.

A Fifa, apesar de ter anunciado que a medida foi de comum acordo, não esperava que a proibição ocorresse. Para dirigentes, o Qatar aguardou até o momento em que não houvesse mais tempo para um movimento de revogação do veto ao álcool nas arenas.

Um italiano e um uruguaio ouvidos pela reportagem, preocupados com as notícias da dificuldade de comprar cervejas no país, pediram ajuda a uma estrangeira que mora no Qatar e possui cartão de residente. Com ele, é possível ir a centro de distribuição estatal fora de Doha ou aos poucos pontos autorizados a vender bebidas alcoólicas, comprar o produto e levá-lo para casa.

Torcedor bebe cerveja durante a Fifa Fan Fest, em Doha, no Qatar - Marko Djurica/Reuters

Nesses casos, ela levou para os apartamentos alugados pelos turistas. A moradora disse que conhece outras pessoas que fizeram o mesmo para amigos que viajaram a Doha.

Os dois turistas investiram cerca de US$ 600 (pouco mais de R$ 3.200) cada um para garantir um estoque de cerveja e vinho durante a competição, que termina em 18 de dezembro.

O consumo de álcool não é permitido pelo islamismo, a religião oficial do Qatar. Ser visto bêbado na rua é considerado crime.

A cerveja, no entanto, está banida apenas nos perímetros dos estádios e dentro deles. Não é difícil consumi-la em Doha, desde que se tenha uma boa condição financeira. O álcool está liberado em bares autorizados pelo governo, que ficam principalmente dentro de hotéis. Um copo de 500 ml de cerveja é vendido por cerca de 50 riais do Qatar (cerca de R$ 74).

No dia seguinte à proibição, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse que se sente árabe, em uma forma de dar apoio ao primeiro Mundial realizado na região. Uma escolha criticada desde que o Qatar venceu a eleição, em dezembro de 2010. Na semana passada, o suíço Joseph Blatter, ex-presidente da entidade, disse que a escolha foi um erro.

"Claro que não sou qatari, não sou árabe, não sou africano, não sou gay, não sou deficiente. Mas sinto vontade, porque sei o que significa ser discriminado, sofrer bullying, como um estrangeiro em um país estrangeiro. Quando criança, sofria bullying porque tinha cabelo ruivo e sardas, além de ser italiano", declarou Infantino.

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