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Atacante colombiano afirma que sofreu racismo na Argentina durante jogo pela Sul-Americana

Hugo Rodallega diz que foi chamado de "macaco" durante jogo contra o Gimnasia y Esgrima de La Plata

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Buenos Aires | AFP

Uma denúncia de racismo do jogador colombiano Hugo Rodallega abalou o futebol sul-americano nesta quarta-feira (24), dias depois do forte repúdio mundial provocado pelo caso do atacante brasileiro Vinicius Junior na Espanha.

Hugo Rodallega, do Independiente Santa Fe, afirmou que foi chamado de "macaco" e negro" em uma discussão durante o jogo contra o Gimnasia y Esgrima de La Plata na Argentina, pela Copa Sul-Americana, na terça-feira.

"Não melhoramos como humanidade, é um desastre o que acontece no mundo inteiro, uma tristeza virmos aqui e isso acontecer. Não digo que perdemos o jogo por causa das pessoas, mas a questão do racismo cansa", lamentou Rodallega em declarações à transmissão oficial da partida, que terminou com a vitória do Gimnasia por 1 a 0.

Hugo Rodallega (à dir.) atacante do Santa Fe durante partida pela Copa Sul-Americana - Juan Mabromata - 23.mai.23/AFP

A denúncia chega em um momento de preocupação em nível mundial em relação ao racismo por conta dos ataques sofridos pelo brasileiro Vinícius Junior, do Real Madrid, no jogo do último domingo, contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol.

Nesta quarta-feira, o vice-presidente do Gimnasia, Juan Pablo Arrien, repudiou os insultos racistas recebidos pelo colombiano.

"Nós como instituição repudiamos qualquer ato pontual e individual que tenha ocorrido contra o jogador", afirmou Arrien, que acrescentou que o clube está trabalhando para identificar as pessoas que ofenderam Rodallega.

"Não acontece só na Europa", admitiu o dirigente do Gimnasia. "O futebol ainda tem muito a aprender, mas temos que lutar para melhorar em tudo o que pudermos".

A Conmebol também repudiou os insultos a Rodallega e abriu uma investigação pelo caso, disse à AFP uma fonte da federação.

Há um ano, a Conmebol lançou a campanha "Basta!– Chega de racismo no futebol", para combater os atos de discriminação no futebol sul-americano.

Entre os vários episódios de preconceito nos últimos anos, a maioria contra times brasileiros, três torcedores do Boca Juniors foram detidos em São Paulo por fazerem gestos racistas em um jogo contra o Corinthians nas oitavas de final da Copa Libertadores de 2022.

Um ano antes, o Flamengo denunciou na Conmebol gritos racistas de torcedores do Olímpia do Paraguai contra seus jogadores nas quartas de final do principal torneio continental.

Punições mais duras

A Conmebol endureceu as punições pelos casos de racismo.

Qualquer jogador ou dirigente que insultar ou atentar contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas "será suspensa por no mínimo cinco jogos ou por um período de tempo mínimo de dois meses", diz uma das disposições da entidade.

Em 2022, a multa aplicada ao clube responsável aumentou de US$ 30 mil (R$ 148 mil) para US$ 100 mil (R$ 494 mil).

Além disso, as equipes podem ser punidas com jogos com portões fechados ou com interdição parcial das arquibancadas.

Os casos mais recentes foram os de Racing, da Argentina, e Nacional, do Uruguai, que foram multados nesta semana em US$ 100 mil pela Conmebol por discriminação racial.

Torcedores do Racing proferiram gritos discriminatórios contra torcedores e jogadores do Flamengo no estádio Juan Domingo Perón, em Avellaneda, no empate em 1 a 1 entre as equipes, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores.

Por sua vez, o Nacional foi multado no mesmo valor e posteriormente recebeu outra multa de US$ 10 mil porque seus torcedores exibiram bananas e imitaram gestos de macaco contra o Internacional de Porto Alegre no dia 3 de maio, também pela Libertadores.

A Conmebol advertiu que o clube uruguaio poderá ser multado em US$ 400 mil se este tipo de episódio se repetir.

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