A Uefa (União das Federações Europeias de Futebol) assinou nesta segunda-feira (8) um acordo com a ESA (Agência Espacial Europeia), uma colaboração inédita para monitorar os movimentos das multidões de torcedores, observar o efeito da presença de estádios de futebol na vida local e melhorar o impacto ambiental do esporte.

Com duração até 31 de dezembro de 2025, o acordo vai permitir a introdução da "inovação espacial nas competições profissionais do futebol", explicaram as duas instituições, que se reuniram para divulgar a iniciativa em Lausanne, na Suíça.

O anúncio se dá quase um ano depois dos incidentes na final da Champions League, com tentativas de invasão, incidentes e aglomerações no entorno do Stade de France, nos arredores de Paris. O uso de dados de satélites ajudará a "vigiar as multidões a partir do espaço" e "identificar os gargalos nas imediações dos estádios", explicou a ESA.

A Uefa terá meios de acessar o histórico de dados relativos a lugares específicos, e os satélites de telecomunicações poderão "apoiar as redes de comunicação terrestres sobrecarregadas quando as multidões se reunirem para acompanhar os jogos".

A tecnologia espacial pode também ajudar a Uefa a "identificar os benefícios que um estádio de futebol traz às comunidades locais", com dados socioeconômicos, climáticos e sanitários para colocá-los à disposição das 55 federações europeias.

Por último, Uefa e ESA prometeram explorar "o potencial dessas tecnologias para melhorar as soluções sociais e ambientais" no futebol europeu. É um tema tido como crucial, já que tanto o impacto econômico quanto o ecológico do esporte de alto nível levantam cada vez mais interrogações.