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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Brasil e Rafaela Silva são bronze na disputa por equipes em Paris

Carioca dá volta por cima após doping; medalha inédita sela melhor campanha do judô em Olimpíadas

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São Paulo e Paris

Judocas do Brasil conquistaram neste sábado (3), na Arena Campo de Marte, em Paris, o bronze na competição de equipes mistas, medalha inédita para o currículo do esporte olímpico mais efetivo no país. A modalidade acumula 28 pódios depois de sua melhor campanha em Jogos.

O combate decisivo coube a Rafaela Silva, ouro na Rio-2016, que revelou em Paris ter tentado suicídio após ser flagrada em doping em 2019. Na capital francesa, na segunda-feira (29), a judoca perdeu a disputa do bronze no individual após uma punição. Ao agradecer o apoio de torcedores nas redes sociais, a judoca revelou o episódio, ocorrido havia três anos. Dias mais tarde, em uma improvável volta por cima, Rafaela foi o principal nome do país na competição derradeira do judô em Paris-2024.

"Estava muito preocupada, não estava respondendo ninguém nas redes sociais Eu só queria ficar comigo, e todo mundo preocupado se eu ia conseguir me reerguer depois de chegar tão perto de uma medalha e ficar sem. Mas eu sabia o quanto importante eu era para a seleção", afirmou.

Judocas brasileiros na disputa por equipes mistas em Paris-2024 - Reuters

O bronze por equipes se soma ao ouro de Beatriz Souza (+78 kg), à prata de Willian Lima (-66 kg) e o primeiro bronze, de Larissa Pimenta (-52 kg). É, qualitativamente, a melhor participação do judô em Olimpíadas. Em Londres-2012 o esporte também alcançou quatro pódios, mas com ouro de Sarah Menezes e três bronzes (Mayra Aguiar, Felipe Kitadai e Rafael Silva).

Sarah hoje é técnica da seleção feminina. Desde sua conquista, as mulheres preponderam no judô nacional, com sete pódios, três ouros incluídos, contra cinco do time masculino.

Na campanha da primeira medalha do país por equipes, torneio que estreou em Tóquio-2020 dentro do esforço do COI pela paridade de gênero no esporte olímpico, as brasileiras venceram dez combates, Rafaela, metade deles. Os colegas de time triunfaram 5 vezes. "Tem gente que está na primeira Olimpíada, tem gente que está na última. A gente sabia que seria especial essa medalha, então a gente ia jantar, a gente ia almoçar fazendo estratégia", contou Rafaela.

O Brasil bateu o Cazaquistão por 4 a 2, caiu nas oitavas contra a Alemanha, 3 a 4, e bateu a Sérvia na repescagem, por 4 a 1. Na disputa pelo bronze, o adversário foi a Itália, eliminada na semifinal pela França de Teddy Riner, que se sagraria campeão na sequência.

Rafael Macedo iniciou a disputa contra Christian Palati. Travada, a luta foi para o golden score, quando o brasileiro conseguiu um ippon. O segundo combate, com Beatriz Souza, foi mais fácil, ippon por imobilização após 36 segundos de disputa contra Asya Tavano.

Na sequência, Leonardo Gonçalves encarou Gennaro Pirelli em outro combate complicado, que foi para o golden score com o brasileiro punido por um shido. Após 80 segundos de tempo extra, levou o segundo. O italiano era mais efetivo e não permitia a pegada do brasileiro. Cansado, acabou tomando um waza-ari.

Rafaela Silva, muito ofensiva, fez 3 a 1 com um waza-ari e outro ippon por imobilização em Veronica Toniolo. Foi a vez então de Willian Lima entrar no tatame contra Manuel Lombardo. Outro combate complicado, outro golden score. Lombardo, com ippon, levou o placar geral para 3 a 2.

A decisão então foi para as mãos de Ketleyn Quadros. Contra Savita Russo, conseguiu um waza-ari logo no começo do combate, mas concedeu um ippon perto do fim da luta.

O empate em 3 a 3 levou a disputa para o combate em golden score, com oponentes são sorteados. " Quando a Kequinha perdeu, eu me perdi nas contas e falei: 'Não acredito que a gente perdeu de novo'. Quando vi que estava empatado e que ia ter sorteio, fiquei falando 57, 57, 57." Rafaela é da categoria até 57 kg e a torcida deu certo, pois no telão da arena, que transmite o sorteio, o número apareceu.

"Eu queria lutar de novo, eu estava muito focada, muito determinada." Com a mesma efetividade da primeira luta, Rafaela venceu a italiana e uma semana de problemas, novos e antigos, agora atropelados por uma nova medalhas olímpica e outra volta por cima na carreira.

Os dez atletas da seleção recebem medalha, mesmo os que não pisaram no tatame. A escolha dos seis judocas que vão para combate é feita de acordo com o adversário, mas sempre respeitando a paridade, três homens e três mulheres. Além de Rafaela, Ketleyn, Bia, Lima e Macedo, também estavam no time Daniel Cargnin, Rafael Silva, Leonardo Gonçalves, que lutaram nos combates anteriores à decisão, e Larissa Pimenta e Guilherme Schimidt, que não foram acionados.

A outra medalha de bronze ficou com a equipe da Coreia do Sul. Na final, o herói local Teddy Riner liderou uma difícil campanha da França em combate com o Japão. Como Rafaela, o tricampeão olímpico dos pesados e agora bicampeão por equipes foi sorteado para o combate decisivo. Sorte de campeões.

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