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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Como derrota para o Brasil fez EUA recorrer a astros da NBA nas Olimpíadas

Seleções se enfrentam nesta terça-feira pelas quartas de final do torneio de basquete em Paris-2024

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São Paulo

Nesta terça-feira (5), a seleção brasileira de basquete liderada por Bruno Caboclo e Marcelo Huertas terá uma missão bastante ingrata pela frente, ao ter de encarar o ‘Dream Team’ dos Estados Unidos com LeBron James, Stephen Curry, Kevin Durant e companhia pelas quartas de final do torneio olímpico.

A partida está marcada para as 16h30 (horário de Brasília), na Arena Pierre-Mauroy, em Lille, na França, com transmissão da TV Globo, Sportv, Globoplay e CazéTV.

A primeira vez em que os Estados Unidos recorreram às estrelas da liga de basquete profissional do país em uma edição olímpica foi em Barcelona-1992, com uma constelação que tinha nomes como Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Scottie Pippen, Charles Barkley e Karl Malone. Com uma média de mais de 100 pontos por partida, os norte-americanos não tiveram nenhuma dificuldade para avançar até a final, batendo a Croácia na disputa pelo ouro por 117 a 85.

Oscar Schmidt e Scottie Pippen disputam a bola em partida entre Brasil e EUA em Atlanta-1996 - Reuters

Uma derrota dolorida sofrida cinco anos antes, dentro de casa, para o time brasileiro liderado por Oscar Schmidt e Marcel contribuiu para a decisão dos norte-americanos de levar o que tinham de melhor para os Jogos na Espanha.

Nos Jogos Pan-Americanos de 1987, disputados em Indianápolis, a seleção dos Estados Unidos perdeu a disputa pelo ouro para o Brasil por 120 a 115. Oscar foi o maio pontuador da partida, com 46 pontos.

Na ocasião, a equipe norte-americana era formada por jogadores universitários promissores, como David Robinson, que já havia sido ‘draftado’ pelo San Antonio Spurs, fez parte do ‘Dream Team’ de Barcelona-1992 e é membro do Hall da Fama do basquete.

Foi não só a primeira derrota da seleção de basquete dos Estados Unidos dentro de casa, como também o primeiro revés em uma final. Também foi a primeira vez que a equipe levou mais de 100 pontos jogando em seus domínios, em uma derrota que deu fim a uma série de 34 partidas de invencibilidade.

"Aquela derrota foi fundamental para que os Estados Unidos criassem o ‘Dream Team’ para as Olimpíadas de Barcelona-1992. Quando perdemos para o Brasil, nós vimos o quanto o basquete internacional havia evoluído. Eu até me sinto lisonjeado por ter perdido aquela final do Pan para o Brasil e jamais esqueci daquele dia. Depois, nós ainda acabamos ficando com a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Seul-1988 e ficou realmente claro que precisaríamos criar a seleção mais forte possível", afirmou Robinson em entrevista ao ge.com em 2014.

Após a derrota para o Brasil no Pan, os norte-americanos perderam para a União Soviética nas semifinais do basquete em Seul-1988, ficando com o bronze ao bater a Austrália na disputa pelo terceiro lugar.

As duas derrotas fizeram com que os Estados Unidos "apelassem" aos astros da NBA para evitar qualquer risco de uma nova derrota em Barcelona, se valendo para isso da permissão concedida em 1989 pela Federação Internacional de Basquete para que atletas profissionais pudessem ser inscritos no torneio olímpico.

Por uma ironia do destino, Estados Unidos e Brasil se enfrentaram em Barcelona na fase de grupos, com vitória dos norte-americanos por 127 a 83. Charles Barkley foi o cestinha do jogo com 30 pontos. Do lado brasileiro, o maior pontuador foi Oscar, com 24.

O primeiro ‘Dream Team’ da história terminou os Jogos com oito vitórias em oito jogos, batendo todos os adversários com uma média de 44 pontos de diferença e com um saldo positivo de 380 pontos —938 marcados e 558 sofridos. A Croácia, que ficou com a prata, terminou com um saldo de 25 —681 marcados e 656 sofridos.

Em Atlanta-1996, o Brasil voltou a cruzar com os Estados Unidos nas quartas de final. A equipe norte-americana passou por uma renovação para a edição dos Jogos em casa, tendo Shaquille O'Neal, Reggie Miller e Grant Hill como alguns dos novos destaques do plantel. A partida terminou com a vitória dos Estados Unidos por 98 a 75.

Na final, o ‘Dream Team’ bateu a Iugoslávia por 95 a 69 para assegurar o segundo ouro olímpico consecutivo, enquanto o Brasil perdeu para a Grécia por 91 a 72 na disputa do quinto lugar.

O confronto desta terça-feira será a 10ª vez que Brasil e Estados Unidos medem forças nas Olimpíadas, com nove vitórias dos norte-americanos no retrospecto.

A primeira vez foi em Hensilque-1952, quando os norte-americanos conseguiram uma vitória apertada por 57 a 53. As duas seleções voltariam a se enfrentar em Melbourne-1956 (113 x 51), Roma-1960 (90 x 63) e Tóquio-1964 (86 x 53).

Na edição dos Jogos na Itália e no Japão, o Brasil conquistaria o bronze, com uma equipe liderada por Amaury Pasos, Rosa Branca e Wlamir Marques, que havia sido bicampeã mundial em 1959 e 1963 —os Estados Unidos não mandavam sua equipe principal para o torneio.

Brasil e Estados Unidos voltariam a se enfrentar na Cidade do México-1968 (75 x 63), em Munique-1972 (61 x 54) e em Seul-1988 (102 x 87).

Duas vezes campeão olímpico e com quatro títulos da NBA pelo Golden State Warriors, o pivô Draymon Green acredita que o duelo em Paris não vai oferecer grande risco aos EUA. Pelo contrário, ele esbanjou confiança, até com um certo deboche do Brasil.

"Os EUA vão começar jogando contra o Brasil, acho que vamos varrer eles por uns 40 pontos sem problemas. É muito bom ver os brasileiros chegando até aqui, amo os brasileiros. Um salve para o Gui Santos, que está jogando pelo Brasil [e é companheiro de Green nos Warriors]. Mas eles não têm nenhuma chance", disse Green.

"Sendo sincero, o Brasil não tem o suficiente [para vencer]. Eles são velhos, eles têm alguns caras bem velhos no time, eles não têm mais o Leandro Barbosa, nem o Anderson Varejão. Eles têm que reconstruir o time com jovens, então, eles não têm chance e já entendemos isso", completou.

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