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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Djokovic supera Alcaraz e completa prateleira de troféus com ouro olímpico em Paris

Aos 37 anos, sérvio se torna o mais velho campeão olímpico na chave de simples do tênis desde retorno da modalidade aos Jogos

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São Paulo

Em um duelo de gerações marcado pelo equilíbrio, o sérvio Novak Djokovic, número 2 do mundo de 37 anos e maior vencedor de Grand Slams da história do esporte, completou a prateleira de troféus com a conquista neste domingo (4) do ouro olímpico, batendo na grande final o jovem espanhol Carlos Alcaraz, número 3 do ranking de 21 anos.

A vitória foi por 2 sets a 0, ambos definidos no tie-break —7/6 (7/3) e 7/6 (7/2)—, em uma partida que durou 2h50, mais longa que uma maratona.

Djokovic, que passou por uma cirurgia no joelho direito em junho, tornou-se o mais velho campeão do tênis nas Olimpíadas desde o retorno da modalidade ao programa olímpico, em Seul-1988. O recorde pertencia ao britânico Andy Murray, campeão na Rio-2016 com 29 anos.

Antes deles, os britânicos Arthur Gore e Major Ritchie venceram em Londres-1908 aos 40 e 37 anos, nas chaves de simples indoor e outdoor, respectivamente.

Se Alcaraz tivesse vencido, seria o mais novo campeão olímpico, recorde que pertence ao norte-americano Vincent Richards, que levou o ouro em Paris-1924, com 21 anos.

Novak Djokovic e Carlos Alcaraz na final de Paris-2024 - AFP

Dois dos principais nomes do circuito internacional na atualidade —os Jogos não contam pontos para o ranking mundial—, Djokovic e Alcaraz fizeram um jogo bastante disputado, com grandes jogadas de ambos os lados, para deleite do público ilustre que lotou a quadra Philippe-Chatrier, em Roland Garros —Serena Williams, Pau Gasol, Sharon Stone, Nasser Al-Khelaïfi (dono do PSG) e Thomas Bach (presidente do COI) eram alguns dos nomes que acompanharam a partida.

A vitória de Djokovic representou o desempate no retrospecto de confrontos entre os dois. Eles já haviam se enfrentado seis vezes até aqui, com três vitórias para cada.

Djokovic venceu nas semifinais de Roland Garros e do ATP Finals e na decisão do Masters 1000 de Cincinnati, em 2023. Já Alcaraz venceu na semifinal do Masters 1000 de Madri, em 2022, e na final de Wimbledon em 2023 e 2024.

Os dois chegaram à final sem perder sets. Djokovic venceu o australiano Matthew Ebden (6/0, 6/1), o espanhol (e rival) Rafael Nadal (6/1, 6/4), o alemão Dominik Koepfer (7/5, 6/3), o grego Stefanos Tsitsipas (6/3, 7/6) e o italiano Lorenzo Musetti (6/4, 6/2).

Já Alcaraz passou pelo libanês Hady Habib (6/3, 6/1), o holandês Tallon Griekspoor (6/1, 7/6), o russo Roman Safiullin (6/4, 6/2), o norte-americano Tommy Paul (6/3, 7/6) e o canandense Felix Auger-Aliassime (6/1, 6/1).

No primeiro set, Djokovic chegou a ter a chance de quebrar o serviço de Alcaraz algumas vezes no segundo, no quarto e no 12ª game, mas viu o espanhol reagir com força para confirmar seu serviço. No nono game, que durou mais de 14 minutos, foi a vez de o sérvio ter de salvar cinco break-points até conseguir confirmar o serviço.

Logo após o ponto final, o sérvio chorou muito na quadra de Roland Garros - AFP

A decisão da primeira parcial foi para o tie-break, em que o equilíbrio se manteve, com Djokovic se valendo de uma devolução certeira para abrir a vantagem e fechar o primeiro set, que durou 1h33.

No início do segundo set a toada se manteve, sem que nenhum dos dois conseguisse abrir qualquer vantagem, confirmando os respectivos saques e levando a partida novamente para o tie-break. No desempate, Djokovic conseguiu ser mais consistente, conseguiu dois ‘mini-breaks’ e, com golpes firmes, fechou o tie-break em 7 a 2.

Após a vitória, o sérvio ficou bastante emocionado e chorou na quadra, enquanto era celebrado pela torcida em Paris. "Foi uma luta incrível e eu tive que jogar meu melhor tênis", disse o sérvio após a partida. "Eu coloquei meu coração, minha alma, tudo para ganhar o ouro. Eu fiz isso pelo meu país, pela Sérvia."

A medalha de ouro olímpica era o único título que ainda faltava na extensa prateleira do multicampeão.

Dono de 24 troféus de Grand Slam, Djokovic tinha como melhor resultado até aqui nos Jogos um bronze em Pequim-2008, quando fez sua estreia olímpica e acabou derrotado nas semifinais por Rafael Nadal. Na disputa pelo terceiro lugar, venceu o norte-americano James Blake.

Em Londres-2012, caiu na semifinal para o britânico Andy Murray e perdeu a disputa do bronze para o argentino Juan Martin del Potro. Na Rio-2016, caiu ainda na primeira fase novamente diante de del Potro. Em Tóquio-2020, perdeu nas semifinais para o alemão Alexander Zverev, e o bronze para o espanhol Pablo Carreno Busta.

Campeão de tudo

O sérvio agora se iguala a André Agassi, Rafael Nadal, Serena Williams e Steffi Graf, que também venceram os quatro títulos de Grand Slam e o ouro olímpico.

Alcaraz, por sua vez, fez sua primeira participação em Olimpíadas na capital francesa.

Tenista mais novo a alcançar o posto de número 1 do ranking, em setembro de 2022, aos 19 anos, o espanhol dono de quatro títulos de Grand Slam —sendo o atual campeão de Roland Garros e Wimbledon—, se tornou o mais jovem finalista olímpico do tênis desde Seul-1988, quando o suíço Marc Rosset foi prata aos 21 anos e 275 dias —o espanhol tem 21 anos e 91 dias. O finalista mais jovem é o norte-americano Robert Leroy, prata em St. Louis-1904, aos 19 anos.

"Acho que tive um grande desempenho durante o torneio e fiz uma partida muito boa. Obviamente, na minha frente, eu tinha um Novak realmente faminto", declarou Alcaraz.

Nas redes sociais, Rafael Nadal parabenizou Alcaraz pela prata. Os espanhóis jogaram juntos no torneio de duplas em Paris-2024, caindo nas quartas de final.

"Carlos, embora eu saiba que hoje é um dia difícil, valorize uma medalha que é muito importante para todo o país e você verá, com o tempo, que é para você também. Obrigado por esta semana incrível e pela medalha ao desporto espanhol", escreveu Nadal.

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