Descrição de chapéu tênis Olimpíadas 2024

Nadal precisa de mais preparação, seu jogo ainda não está bom o suficiente, diz tio e ex-treinador

Toni Nadal afirma que decisão de aposentadoria é difícil de ser tomada e que Alcaraz é o melhor jogador da atualidade

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São Paulo

Tio e ex-treinador de Rafael Nadal, Toni Nadal era o técnico do sobrinho quando o tenista espanhol conquistou 16 de seus 22 títulos de Grand Slam.

Depois de anos envolvido diariamente com o esporte, Toni diz que hoje não se sente mais tão atraído pelas raquetadas dentro das quadras.

"O esporte me atraía pela questão da superação pessoal dos atletas. Para mim, o esporte é importante porque significa desenvolvimento pessoal e superação. Hoje não gosto muito do esporte, porque há sempre muita ciência envolvida, é tudo estatística, com o desenvolvimento pessoal em segundo plano", afirma Toni à Folha.

Dois homens caminham juntos em uma quadra de tênis. Um deles, vestido com uma camiseta branca e calças brancas, segura uma raquete de tênis colorida e uma toalha. O outro homem, vestido de branco e usando óculos escuros, parece ser um treinador ou assistente, segurando uma cesta com bolas de tênis. O fundo é uma parede verde e há edifícios visíveis ao fundo.
Rafael Nadal e o tio Toni Nadal após sessão de treinos em Wimbledon - Paul Childs/Reuters

"Tenho uma visão do esporte de outro tempo. Atualmente tudo é estudado e tem que ser assim, mas, para mim, não atrai tanto como quando eu estava envolvido no tênis e tentávamos melhorar diferentes aspectos do jogo. Era um tênis um pouco mais arcaico do que hoje em dia, em que é tudo matemático."

Toni diz que acompanha o retorno do sobrinho às quadras com um misto de sensações. Se por um lado fica contente de vê-lo saudável e novamente em ação, por outro, fica claro que ainda é preciso evoluir mais para voltar à melhor forma.

"Acho que Rafael precisa de mais preparação. Seu jogo ainda não está bom o suficiente. Se ele quiser continuar competindo, não há outro remédio a não ser melhorar."

Nadal, de 38 anos, sofreu uma lesão no quadril que o deixou quase um ano afastado do circuito. Ele voltou a jogar gradualmente no início deste ano, mas sem conseguir repetir o mesmo desempenho que o consagrou como o maior vencedor de Roland Garros.

Em Paris-2024, ele acabou encarando o maior rival, o sérvio Novak Djokovic, logo na segunda rodada da competição, já que atualmente ocupa apenas a posição 161ª no ranking dos tenistas devido ao período afastado e não entrou como um dos cabeças de chave.

Embora com alguns lampejos que fizeram lembrar o multicampeão dominante contra os adversários, o espanhol não conseguiu fazer frente ao atual número 2 do mundo e perdeu por 2 sets a 0 (6/1 e 6/4).

Nas duplas, atuando ao lado de Carlos Alcaraz, Nadal acabou eliminado nesta quarta-feira (31), para a dupla dos Estados Unidos formada por Rajeev Ram e Austin Krajicek.

"Fico muito feliz pelo apoio e carinho que recebo aqui sempre que entro em quadra. Não sei se foi minha última partida aqui. Possivelmente sim", declarou Nadal após se despedir do torneio olímpico nas duplas.

"Uma etapa acabou para mim: meu objetivo eram os Jogos Olímpicos, e depois eu tenho que decidir, e é isso que vou fazer. Agora vou para casa descansar um pouco. Quando estiver calmo, tomarei a decisão sobre qual será a próxima etapa", disse o tenista.

Toni afirma que optar pela aposentadoria é uma opção bastante difícil de ser tomada, em especial por um atleta que viveu nos últimos anos no nível mais alto do esporte. "Quando olhamos de fora, é fácil tomar a decisão. Mas quando é você quem está lá, e costumava fazer a mesma coisa por muitos anos, então é muito difícil tomar essa decisão. O que é melhor [para Nadal]? Não sei. Mas sei que é uma decisão difícil. E que temos de esperar."

Toni avalia ainda que o espanhol Alcaraz, atual número 3 do mundo, é o sucessor natural não apenas de Nadal, mas de todos os grandes jogadores do esporte.

"Alcaraz não é apenas o sucessor de Nadal, mas de Federar, de Djokovic. Acho que ele é atualmente o melhor jogador do mundo, ele faz tudo muito bem em quadra, é rápido, tem bons golpes, força, coração", derrete-se Toni, acrescentando que o jovem espanhol de 21 anos tem também a vantagem de não contar com grandes adversários no mesmo patamar. "Ele não tem oponentes como o Federer ou como o Djokovic dos anos 2010, mas o mais importante é que ele é realmente muito bom."

Não por acaso, Toni aposta que Alcaraz será o campeão olímpico em Paris-2024. Nesta quinta-feira (1º), Alcaraz bateu o americano Tommy Paul por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6 (9/7), avançando às semifinais. "Há muitos bons nomes que podem vencer em Paris, mas, se tiver que apostar em alguém, apostaria no Alcaraz. Acredito que ele está um pouco acima dos outros."

Segundo ele, para se consolidar como o melhor do mundo, assim como foi com o sobrinho na década passada, não há outro caminho que não trabalhar duro.

"Quando você quer ser um dos melhores do mundo e ter um grande sucesso, você tem que trabalhar duro. Não há outra possibilidade", diz Toni. "Uma das coisas mais importantes é saber qual preço você quer pagar para alcançar o objetivo traçado."

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