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'Tivemos sorte', diz Marcel sobre vitória contra os EUA no Pan de Indianápolis

Ex-jogador diz que Brasil precisa adotar postura tática para enfrentar o 'Dream Team' nesta terça-feira

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São Paulo

Nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, em 1987, a seleção brasileira masculina de basquete conseguiu uma de suas maiores vitórias, ao bater a equipe dos Estados Unidos dentro da casa do adversário.

O placar ao final da partida, para surpresa dos jogadores norte-americanos e do público, marcava 120 a 115 a favor da formação verde-amarelo, com papel decisivo de Oscar Schmidt, com 46 pontos, e Marcel de Souza, com 30.

"Acho que tivemos, antes de tudo, sorte, porque pegamos o time deles em um dia ruim e conseguimos fazer o nosso jogo", afirma Marcel à Folha. "Também tivemos sorte pelo fato de ser um jogo só, não era playoff", acrescenta o ex-jogador, hoje com 67 anos.

Marcel durante partida pela seleção brasileira - CBB

Ele diz ainda que, antes da partida, a própria equipe brasileira não acreditava que teria chance de bater os norte-americanos em seus domínios. "A gente não acreditava, não. Foram eles que deram a chance para nós."

Foi não só a primeira derrota da seleção de basquete dos Estados Unidos dentro de casa, como também o primeiro revés em uma final. Também foi a primeira vez que a equipe levou mais de 100 pontos em casa, em uma derrota que deu fim a uma série de 34 partidas de invencibilidade.

O revés, somado à derrota dos norte-americanos contra a União Soviética nas Olimpíadas de Seul-1988, contribuiu para que os Estados Unidos passassem a convocar os astros da NBA a partir dos Jogos de Barcelona-1992.

Marcel afirma também que, para a partida desta terça-feira (6), às 16h30 (de Brasília), contra os Estados Unidos pelas quartas de final dos Jogos de Paris, o Brasil precisa adotar uma postura tática para conseguir rivalizar com um time que conta com LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant. A partida terá transmissão do Sportv2 e da Cazé TV.

"Se o Brasil ficar com a posse de bola, vai ter dificuldades, porque a defesa deles é muito forte. Os jogadores brasileiros têm que ficar pouco tempo com a posse de bola e atacar rápido, para não dar tempo deles armarem a defesa", diz Marcel.

"Ganhamos dos Estados Unidos marcando por zona, com uma marcação individual em cima de quem estivesse com a bola, pegando o rebote e chutando de três", emenda o ex-especialista em bolas de 3 pontos que defendeu a seleção brasileira por cerca de 20 anos e conquistou o bronze no Mundial de 1978 disputado nas Filipinas.

Ele afirma ainda que acredita que a formação norte-americana presente em Paris será a última versão genuína do ‘Dream Team’.

Segundo Marcel, os principais jogadores da equipe já estão com uma idade avançada —LeBron James tem 39 anos, enquanto Kevin Durant tem 35, e Stephen Curry, 36—, sem que tenham jogadores jovens do mesmo quilate que possam assumir o protagonismo.

"O melhor jogador da NBA nos últimos anos foi um sérvio [Nikola Jokić]", diz o ex-jogador com passagens por Corinthians, Palmeiras, Monte Líbano e Sírio.

A presença crescente de jogadores de fora dos Estados Unidos na NBA com papel de destaque em suas respectivas equipes, afirma Marcel, é um indicativo de que a hegemonia norte-americana no basquete internacional da forma como vimos nos últimos anos pode estar com os dias contados. "Você vai ver como será em Los Angeles-2028 sem grandes jogadores como LeBron, Durant."

Sem esses craques, o time dos Estados Unidos conta apenas com jogadores que ficam na média do basquete internacional, afirma ele. "Entre o Anthony Edwards e o Gui Santos, tem pouca diferença."

Marcel diz também que, independentemente do resultado desta terça-feira, a seleção brasileira "mais do que cumpriu sua obrigação."

Só de ter conseguido a classificação no pré-olímpico na Letônia, batendo os donos da casa na final, conseguindo compor o seleto grupo de 12 seleções que disputam as Olimpíadas, e ainda passar para as quartas de final entre os oito melhores, a seleção já fez um ótimo trabalho, avalia o ex-jogador.

"Só falta alguém falar que não foi boa [a participação em Paris-2024]", diz Marcel, que não poderá acompanhar a partida porque estará no horário do expediente como ultrassonografista na clínica em que trabalha.

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