Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 Futebol

Seleção feminina do Brasil renasce, bate as campeãs mundiais e buscará ouro contra os EUA

Desacreditado e quase eliminado na primeira fase do futebol, time cresce no torneio e coloca país na terceira final olímpica

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Uma jogadora de futebol vestindo uma camisa amarela com detalhes verdes e azuis, está comemorando com os braços abertos. O fundo mostra uma multidão em um estádio, sugerindo um ambiente de competição esportiva.

Adriana comemora o terceiro gol do Brasil na vitória sobre a Espanha - Sylvain Thomas / AFP

Marselha

"Nem no maior dos meus sonhos." Nem no de Gabi Portilho, nem de boa parte de torcedores brasileiros e espanhóis. Em um resultado surpreendente, a seleção feminina de futebol bateu a Espanha por 4 a 2 em Marselha, nesta terça-feira (6), e está na final do torneio olímpico pela primeira vez desde Pequim-2008. No caminho do ouro, de novo os EUA, algozes da então equipe de Marta nos Jogos chineses e em Atenas-2004.

A revanche está marcada para o sábado (10), em Paris, e fecha um arco histórico que une o passado e o futuro da jogadora mais vitoriosa do país, seis vezes melhor do mundo. Em Marselha, porém, não era dia de Marta, suspensa, mas de uma seleção que chegou sem grande perspectiva a Paris-2024, teve um início difícil de competição, contou com outros resultados para se classificar ao mata-mata e a partir de então brilhou.

"Uma seleção que não tem essa coisa de 2008 na cabeça. A gente sabia desde o começo do trabalho que era preciso afastar isso da seleção", disse o técnico Arthur Elias, demonstrando convicção no ouro.

A seleção já tinha despachado o time da casa, a França, por 1 a 0, nas quartas de final. Nesta terça, voltou a enfrentar a Espanha da atual melhor do mundo, Aitana Bonmatí. O placar de 4 a 2 engana. O jogo no Vélodrome, palco de outra semifinal dramática do futebol brasileiro, a entre Brasil e Holanda decidida nos pênaltis na Copa de 1998, foi uma gangorra de erros e acertos dos primeiros minutos até o final.

As duas equipes se enfrentaram na fase de grupos, quando as espanholas venceram por 2 a 0, com direito a expulsão de Marta –o que lhe rendeu dois jogos de suspensão. Nesta terça (6), o duelo foi muito diferente.

A imagem mostra uma jogadora de futebol vestindo um uniforme amarelo, se preparando para chutar a bola em direção ao gol. Ela está em um campo de futebol, próximo à rede do gol, enquanto uma jogadora adversária, vestindo um uniforme vermelho e azul, tenta bloquear a jogada. O fundo é composto por uma multidão assistindo ao jogo.
Adriana cabeceia para fazer o terceiro gol brasileiro; vitória sobre as campeãs mundiais coloca o Brasil na final das Olimpíadas - Sylvain Thomas/AFP

Logo no início da partida, aos 6 minutos, quando as brasileiras ainda se mostravam um tanto nervosas em campo, uma marcação sob pressão na saída de bola espanhola fez a goleira Cata Coll chutar a bola na bunda da zagueira Irene Paredes. Ela voltou para as redes. De graça, Brasil 1 a 0.

O time espanhol, mais organizado, subiu para o ataque, mas não conseguia perfurar a sólida defesa brasileira. O Brasil aproveitava os contra-ataques e por pouco não ampliou com Priscilla, que recebeu um lançamento precioso de Yayá aos 37 minutos. O 2 a 0 acabou saindo nos acréscimos, aos 48 minutos, com Gabi Portilho.

Os números do primeiro tempo descreviam a partida. A Espanha com muitos passes, 64% de posse de bola, mas apenas 3 chutes ao gol, o melhor deles de Hermoso, aos 29 minutos. O Brasil, porém, quando retomava a bola chegava ao gol. Foram 8 tentativas.

No início do segundo tempo, o Brasil entrou mais ofensivo e criou chances. Na melhor delas, Adriana aproveitou uma bola que sobrou dentro de área e fez o terceiro.

Com a classificação encaminhada, a seleção se fechou novamente na defesa e a Espanha cresceu. Mas só conseguiu descontar aos 40 minutos, quando Duda Sampaio acabou marcando contra ao tentar desviar uma bola de cabeça de Salma Paraluello.

Quando as espanholas buscavam um pique final em busca do empate –chegaram a chutar uma bola no travessão–, Kerolin robou a bola no campo de ataque, avançou e bateu no meio das pernas da goleira. Nos acréscimos, Paralluelo ainda marcou mais um, dando números finais ao duelo.

"Tivemos um começo muito difícil, mas crescemos na competição. Vamos para o ouro", disse Kerolin, 24, que não sabia dizer que fazia quando a companheira de time enfrentou pela última vez as americanas em uma decisão olímpica. "Não me lembro. Devia estar na rua jogando bola com os moleques."

Esse é exatamente o pensamento que Elias quer do grupo. "Queremos gente sem memória. O futebol feminino mudou, nós mudamos e vamos mudar essa história o ouro", afirmou o técnico, que não garantiu Marta começando como titular na final de sábado (10). "A Marta tem a história dela. Esta seleção está escrevendo a dela. Vamos estudar o adversário, as possibilidades e ver o que é melhor para vencer."

Gabi Portilho também prometeu o ouro. "Vamos para Paris. Vamos ganhar o ouro e comemorar lá naquela torre." A Torre Eiffel aguarda a seleção feminina que, nestes Jogos, foi de desacreditada, como quase sempre, a surpreendente como nunca.

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